Primeira estação europeia para alerta de tsunamis no Algarve

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Dezanove cientistas a bordo do navio de investigação italiano Urania vão este fim-de-semana levantar ferro do cais de Faro, Algarve, para colocar no fundo do mar a primeira estação piloto de alertas precoce de tsunamis (onda gigante).

A equipa de cientistas vai colocar no fundo marinho, a cerca de 80 milhas (150 quilómetros) da ponta de Sagres e perto do Golfo de Cadiz, um observatório no fundo do mar baptizado de Geostar, para medir os níveis sísmicos da área e estudar um eventual tsunami.

O Geostar está equipado com sismógrafos e sensores capazes de efectuar levantamentos geológicos e geofísicos e prevenir eventuais tsunamis a partir do fundo do mar.

O observatório Geostar vai ficar submerso numa área de risco de sismos e tsunamis - devido ao facto de ter forte actividade tectónica - e, durante cerca de um ano, vai ser estudada a área junto ao Algarve, explicou o coordenador do projecto, Nevio Zitellini, do instituto de Ciências Marítimas em Bolonha (Itália).

Na Ásia já existe equipamento capaz de alertar as populações da existência de tsunamis passada uma hora, mas no Mediterrâneo (no caso, e para ser mais preciso, no Atlântico à entrada do Mediterrâneo) a estratégia tem de ser diferente e o desafio é realizar a vigilância dos tsunamis na falha tectónica.

"Vamos monitorizar a área tectónica directamente", esclareceu Nevio Zitellini, reiterando que o Algarve está muito perto de zonas de risco de sismos e tsunamis.

"Saber quando é que vai aparecer uma onda gigante e poder alertar em tempo útil as pessoas de todo o mundo, mas também e principalmente as que estão junto à costa marítima é um dos grandes objectivos do projecto europeu Nearest", acrescenta o coordenador do projecto Nevio Zitellini.

"É uma das maiores experiências deste género feitas em todo o mundo", adiantou Paolo Favali, cientista do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma, Itália, que integra o projecto financiado pela União Europeia.

O Geostar vai ser transportado para o fundo do mar pelo navio italiano de investigação científica baptizado de Urania que pesa 1200 toneladas e tem 87 metros de comprimento, 11 de largura e 18 metros de mastro. | * LUSA

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