Prestação mensal da casa subiu 68 euros num ano

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Os portugueses pagaram, em média, mais 800 euros no último ano, pelo seu crédito à habitação. Com os juros do mercado interbancário a subir 45% entre Março de 2006 e igual mês deste ano, uma família de três pessoas, com um rendimento anual de 35 mil euros e um empréstimo a 30 anos de 100 mil euros, viu a sua prestação subir de 435,21 euros em Março do ano passado, para 503, 36 euros actualmente, mais 68 euros em cada mês, de acordo com uma simulação feita pelo DN.

A decisão ontem tomada pelo Banco Central Europeu (BCE), de subir as suas taxas directoras em mais 0,25 pontos, para 3,75% (o nível mais alto desde Setembro 2001), não traz boas notícias para as famílias portuguesas. Apesar de os consumidores já estarem a pagar taxas daquele nível - a Euribor a 6 meses, o indexante mais usado para o cálculo dos juros, aplicada aos novos contratos celebrados em Março está nos 3,944% -, a perspectiva é de novas subidas até final do ano.

Com efeito, alguns analistas prevêem que as taxas directoras do BCE cheguem aos 4,25% no final do ano, o que significa juros bem acima dos 5% nos contratos de crédito à habitação. Com taxas nestes valores, a mesma família que actualmente paga uma prestação mensal de 503 euros verá a sua "factura" mensal a pagar ao banco passar para um valor em torno dos 540 euros.

O ciclo de subida das taxas de juro, iniciado em Setembro de 2005, já ditou um aumento superior a 80% na Euribor a 6 meses. No início desta "escalada", esta taxa média estava nos 2,16%, tendo chegado aos 3,944%, em Fevereiro último.

Se há um ano, os consumidores negociavam com bancos taxas de juro do crédito à habitação em torno do 3,250%, actualmente, uma taxa indexada à Euribor a 6 meses, situa-se nos 4,440%, tendo em conta um spread de 0,5 pontos.

Mas este valor já tem em conta uma taxa de juro arredondada à milésima casa decimal, de acordo com as novas regras impostas pelo Governo, que acabou com os arredondamentos a um quarto e a um oitavo de ponto percentual. Ou seja, a alteração desta prática bancária apenas teve como efeito levar a que as taxas de juro registassem um ligeiro abrandamento nas suas subidas.

O continuado ciclo de subida dos juros está a atingir todos os portugueses com empréstimos à compra de casa. Não só a contratação de um novo crédito implica, a cada mês que passa, juros mais altos, como a revisão da taxa aplicada aos contratos em curso dita aumentos constantes. A mudança para uma taxa fixa poderá ser uma opção e alguns bancos estão a apostar nestes produtos. Poderá ser vantajoso, num ciclo de subida dos juros, apesar de os seus valores serem obviamente mais elevados que as taxas indexadas que estão hoje a ser praticadas.

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