Presidente peruano será ouvido pelo Ministério Público no caso Odebrecht

Lima, 14 de dez (Lusa) - O Presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, foi convocado pelo Ministério Público para prestar declarações, a 21 de dezembro, no âmbito das investigações sobre a atuação da construtora brasileira Odebrecht no Peru, divulgaram hoje media locais.
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A estação de rádio RPP Notícias indicou que a equipa especial do Ministério Público peruano que está a investigar o caso Lava Jato, liderada pelo procurador Hamilton Castro, visitará Kuczynski no Palácio do Governo, em Lima.

A Operação Lava Jato é uma investigação que está a decorrer no Brasil, liderada pelo Ministério Público Federal, sobre um grande esquema de corrupção que envolve políticos, empresários, entre outros, e que tem ainda ramificações no estrangeiro.

A Odebrecht está envolvida no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato e um dos seus administradores, Marcelo Odebrecht, foi condenado a mais de 19 anos de prisão.

O jornal La República publicou que o Presidente peruano deve responder pelos pagamentos que a construtora brasileira Odebrecht fez alegadamente à sua empresa, de acordo com documentos divulgados pela construtora brasileira ao comité do Congresso que está a investigar o caso Lava Jato naquele país.

A apresentação de Kuczynski ao procurador será feita um dia antes da data proposta pelo Presidente para receber também os membros da comissão Lava Jato do Congresso peruano, presidida por Rosa Bartra.

Kuczynski foi incitado hoje pela oposição no Congresso a demitir-se do cargo devido às consultas que uma empresa de sua propriedade, presumivelmente, deu a Odebrecht quando era ministro do ex-Presidente Alejandro Toledo (2001-2006).

O caso Odebrecht no Peru segue o rastro de subornos milionários entre 2005 e 2014 a funcionários peruanos para ganhar obras públicas e nas doações para candidatos políticos para financiar suas campanhas eleitorais.

Esse período cobre os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), com mandado de captura por alegadamente ter recebido um suborno de 20 milhões de dólares; Alan García (2006-2011), implicado no processo de entrega de donativos ao Metro de Lima; e Ollanta Humala (2011-2016), que foi preso por suposto financiamento irregular das suas campanhas.

O caso Odebrecht também implica vários governos regionais, como os de Cuzco e Callao, além da ex-autarca de Lima Susana Villarán, que alegadamente terá financiado a campanha contra o referendo organizado para a censura com fundos das brasileiras Odebrecht e OAS.

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