"Há linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas", disse Rohani no Parlamento, dominado pelos conservadores. ."Os direitos da nação iraniana e os nossos interesses nacionais são uma linha vermelha, assim como o são os direitos nucleares, no quadro dos regulamentos internacionais, incluindo o enriquecimento de urânio em solo iraniano", acrescentou..Chegaram ao fim, esta madrugada, três dias de intensas negociações entre o Irão e seis potências mundiais (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha), sem que tivesse sido alcançado um acordo sobre o programa nuclear do Irão, estando já marcada para 20 de novembro uma nova reunião. .A chegada de vários ministros dos Negócios Estrangeiros a Genebra na sexta-feira fez aumentar as esperanças quanto a um possível acordo, mas as negociações tropeçaram nas preocupações levantadas pela França sobre alguns participantes.."Se quisermos ter sucesso nestas negociações, precisamos do apoio do líder supremo (ayatollah Ali Khamenei) e dos deputados", afirmou Rohani. .O líder supremo, que tem a última palavra sobre o programa nuclear, deu o seu apoio aos negociadores iranianos, mas também manifestou pessimismo quanto à possibilidade de um avanço nas discussões, invocando décadas de hostilidade e desconfiança do ocidente sobre o Irão. .A linha dura do regime iraniano também se mostrou cética, temendo que os negociadores, liderados pelo chefe da diplomacia, Mohammad Javad Zarif, façam muitas concessões. .Rohani reiterou que o Irão "não se vai curvar perante quaisquer poderes" e que as elevadas sanções sobre a economia do país não obrigarão o país a negociar. ."Explicámos de uma maneira prática e verbalmente às partes envolvidas que ameaças, sanções, humilhações e discriminações não iriam produzir qualquer resultado", disse. .As grandes potências e Israel, considerado como o único poder nuclear da região, suspeitam que o Irão vai tentar obter armas atómicas, ao abrigo do seu programa nuclear civil, apesar dos desmentidos de Teerão. .Na segunda-feira, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia Atómica, Yukiya Amano, é esperado em Teerão, depois de a agência das Nações Unidas tentar há dois anos um acordo sobre uma "abordagem estruturada", que iria cobrir todos os pontos suscitados no relatório severo da AIEA em 2011. .A Agência suspeita que o Irão está a tentar desenvolver armas atómicas desde antes de 2003 e quer rever as "questões pendentes", nomeadamente através da realização de visitas às instalações iranianas.