Afinal Agronomia e Direito já não são despromovidos e presidente da Federação demite-se

Na base da renúncia de Cassiano Neves está o facto de o Conselho de Justiça ter anulado a despromoção de Agronomia e Direito depois das agressões registadas no jogo de 28 de abril entre as duas equipas
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Luís Cassiano Neves, presidente da Federação Portuguesa de Rugby (FPR), apresentou esta sexta-feira a sua demissão, juntamente com o restante elenco federativo, na sequência da decisão do Conselho de Justiça (CJ) que entendeu anular as despromoções de Agronomia e Direito (o jogo entre das duas equipas, correspondente à meia-final do campeonato ficou marcado por agressões no campo e nas bancadas) e também o título que fora atribuído administrativamente ao Belenenses.

"A Direção da FPR recebeu esta manhã os Acórdãos do Conselho de Justiça, relativos ao jogo que opôs AEIS Agronomia a GD Direito. Na sequência das decisões do Conselho de Justiça, mas também em face da intenção já antes comunicada à Assembleia-Geral, decidi formalizar esta tarde a minha renúncia ao cargo de Presidente da Federação Portuguesa de Rugby, com efeitos imediatos, no que serei acompanhado pelos demais membros da Direção da FPR", anunciou Cassiano Neves num comunicado.

Na sequência das agressões registadas no jogo entre as duas equipas realizado a 28 de abril, a Federação apresentou uma participação disciplinar ao Conselho de Disciplina (CD) para que fossem "apurados os factos com relevância disciplinar e regulamentar, e deles extraídas as competentes consequências", tendo ainda apresentado às "autoridades policiais queixa-crime contra incertos, no sentido de se responsabilizar criminalmente os responsáveis pelas cenas absolutamente lamentáveis e degradantes que se verificaram nas bancadas".

Após análise dos factos ocorridos o CD, presidido pelo antigo internacional Marcelo D"Orey, recomendou a penalização dos dois clubes lisboetas com falta de comparência não justificada o que seria acatado pela FPR, implicando a sua automática despromoção à III divisão (último escalão competitivo) e atribuindo o título de campeão nacional ao Belenenses, vencedor da outra meia-final diante do Dramático de Cascais.

Mas agora o CJ, presidido por José Guilherme Aguiar, anulou esta decisão. "Decide o Conselho de Justiça revogar a decisão recorrida, através da qual a Federação Portuguesa de Rugby aplicou à AEIS Agronomia e ao GD Direito uma falta de comparência não justificada, a sanção de desclassificação do CN1 e correspondente despromoção ao último escalão competitivo sénior", pode ler-se nos acórdãos do CJ.
No acórdão onde é analisado o recurso apresentado por Agronomia é ainda referido que "deve ser homologado o resultado que se verificava no momento em que o árbitro deu por terminado o jogo [15-12 favorável a Agronomia]", com "todos os efeitos daí decorrentes, nomeadamente a anulação da decisão de não realização da final", bem "como da decisão administrativa de conceder o título de campeão nacional" ao Belenenses.
Contudo, os acórdãos condenam ambos os clubes, em cúmulo jurídico, a uma multa de 2.500 euros e na pena de interdição do seu recinto de jogo por 6 partidas.

Este volte-face tem agora como consequência a queda imediata da direção da FPR, intenção que já fora comunicada na última Assembleia Geral da federação e desde há muito era algo abordado amiúde nos bastidores do râguebi português. Aliás, tal como o DN noticiou, em primeira mão, em julho do ano passado, quando Cassiano Neves informou, durante uma reunião tida com alguns clubes, da sua decisão de abandonar o cargo de presidente, o que só agora parece ir consumar-se.

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