Prémio Camões: Germano Almeida "é uma escolha judiciosa" - José Manuel Mendes
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O presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, afirmou hoje à agência Lusa que o Prémio Camões para o escritor cabo-verdiano Germano Almeida "é uma escolha judiciosa".
"É uma escolha judiciosa que distingue um autor cujo merecimento há muito se encontrava assinalado por parte dos leitores e da crítica", acrescentou José Manuel Mendes.
Para o presidente da APE, a atribuição do prémio ao escritor cabo-verdiano representa um "regresso a Cabo Verde" e a um "narrador que se distinguiu pelo sentido de uma comunicabilidade muito própria em que as pessoas, as paisagens, as situações, a vida concreta e também os sonhos aparecem de uma forma sóbria e eficaz".
"Como é próprio do seu modo adquirido na experiência textual do trabalho que realizava enquanto profissional", frisou.
O dirigente da APE destacou ainda a "vasta" obra e de "invulgar qualidade" de Germano Almeida, saudando-o, como amigo, pela atribuição do prémio, assim como ao júri que o distinguiu.
Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", estes dois últimos já adaptados para cinema.
"O fiel defunto" é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.
O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares (Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).
O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e no ano seguinte distinguiu o escritor português Miguel Torga.