Prémio Camões: Germano Almeida é o "grande prosador da língua portuguesa" - editor
"É uma escolha acertadíssima", disse o responsável da Editorial Caminho, que tem a seu cargo a obra de Germano Almeida em Portugal, sublinhando que é "um dos grandes escritores atuais da língua portuguesa" e de "uma literatura muito universal".
"Nós reconhecemo-nos naquelas pessoas, naqueles maridos ciumentos, naqueles namorados atrevidos, naquelas mulheres que não sabem se hão de aceitar ou recusar a proposta; tudo isso contado com uma graça e com uma leveza que faz do Germano aquilo a que se chama o grande prosador da língua portuguesa", afirmou Zeferino Coelho.
Segundo o editor português, o mais recente romance de Germano Almeida, "O fiel defunto", sairá nos próximos dias no mercado português e deverá ser programada uma ida do autor à Feira do Livro de Lisboa, que começa na sexta-feira.
"É uma história divertidíssima. É a história de um grande escritor cabo-verdiano que, depois de uns três ou quatro anos de paragem, vai lançar um novo livro. Na sessão de lançamento, que se passa no Mindelo, aparece o seu grande amigo que lhe vai dar um forte abraço de congratulações. E quando estão abraçados ouve-se um tiro e o grande escritor cai para o chão a sangrar e morre. A história começa assim", revelou o editor.
Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo". Está traduzido em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.
Germano Almeida, um dos autores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.
O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares (Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).
O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e no ano seguinte distinguiu o escritor português Miguel Torga.