Preço da luz até 70 euros mais caro sem contratar serviços extra

Os preços mais baixos na energia estão quase sempre sujeitos a "ofertas condicionadas", revelam os dados da ERSE. A fatura pode aumentar entre seis e 68 euros por ano.
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Ter um contrato de eletricidade sem nenhum outro serviço adicionado nem condições impostas pelas comercializadoras, pode custar quase mais 70 euros por ano na conta da luz. A conclusão salta à vista nos mais recentes boletins de ofertas comerciais de eletricidade e gás no segundo trimestre de 2019 publicados pela Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE).

Entre abril e junho, a oferta mais barata de eletricidade em Portugal para uma família numerosa (casal com quatro filhos) pertencia à Galp Energia: 2255 euros por ano. No entanto, sublinha o regulador, esta é uma "oferta condicionada", ou seja, para obtê-la é necessário subscrever a tarifa Galp Continente, com descontos cruzados entre combustíveis, eletricidade e compras no hipermercado.

Portanto, para poupar na energia em casa, o consumidor tem de gastar nos combustíveis da mesma marca e em produtos alimentares de uma marca parceira no retalho.

Já para as famílias que optassem por uma maior liberdade e não quisessem estar sujeitas a estas condições extra de consumo, a oferta mais barata subia para os 2323 euros com a Goldenergy, ou seja, mais 68 euros por ano, uma tendência que se repete nos outros dois tipos de consumidores definidos pela ERSE.

Um casal com dois filhos, por exemplo, também tinha os preços mais baixos com a tarifa Galp Continente (1068 euros/ano). Mas sem ofertas condicionadas a mesma família pagava 1079 euros com a Tarifa Simples da Endesa, mais 11 euros ao final do ano.

Para esta família-tipo, a oferta dual mais em conta - gás e eletricidade - pertencia, no segundo trimestre, à EDP Comercial, com a tarifa Desconto de Amigo (sujeita à contratação de um novo cliente) a valer uma fatura anual de 1131 euros, menos seis euros do que a Tarifa Simples da Endesa, sem quaisquer condições.

Numa casa só com dois adultos, a conta anual de luz saldava-se em 443 euros, mas era exclusiva para sócios do Automóvel Club Portugal que aderissem à tarifa Monoelétrico ACP da Goldenergy. Nas ofertas não condicionadas, a mais barata era também da Goldenergy para este consumidor-tipo: 453 euros. Ou seja, mais dez euros para não estar sujeito a imposições contratuais.

ERSE mostra também que as ofertas de energia no mercado livre são mais competitivas do que as tarifas reguladas, com poupanças que podem ir dos 40 aos 188 euros na oferta dual. Na luz, os preços são entre 28 e 137 euros mais baratos em mercado livre, enquanto no gás natural a redução face ao mercado regulado não passa de 35 euros.

* jornalista do Dinheiro Vivo

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