Praça da capital de Cabo Verde com centenas de fiéis na despedida do bispo emérito

A igreja pró-Catedral de Nossa Senhora da Graça, na cidade da Praia, cedo se encheu de elementos do clero, representantes do Governo, como o primeiro-ministro, e do Presidente da República, como o presidente da Assembleia Nacional, já que o chefe de Estado se deslocou em Bruxelas a participar nas Jornadas Europeias de Desenvolvimento.

Fora da igreja, a praça Alexandre Albuquerque está sem circulação de trânsito e foi adaptada para receber os fieis, alguns dos quais com cadeiras que, previdentes, trouxeram de casa.

A autarquia instalou um écrã de grandes dimensões, no qual a população pode seguir as cerimónias religiosas, nomeadamente a missa presidida pelo cardeal e bispo da diocese de Santiago, Arlindo Furtado.

Elementos da polícia e vários grupos de escoteiros têm estado presentes desde o início da cerimónia que, no final da missa, irá contar com um cortejo da urna ao som do Requiem, de Mozart, que culminará no local onde este será sepultado, no interior da igreja.

As cerimónias começaram às 10:00 (12:00 em Lisboa), ao som do Coro Paroquial de Nossa Senhora da Graça.

Pouco antes, o cardeal e bispo da diocese de Santiago, Arlindo Furtado, referia-se a Paulino Livramento Évora como alguém que "deixou um grande legado que deve ser assumido e desenvolvido para o bem da igreja e da sociedade cabo-verdiana".

Por isso, considerou que o momento é de tristeza, mas também de gratidão.

"Tristeza pela partida do nosso pastor que nos acompanhou por muitos anos e com tanta dedicação. Por um lado, a saudade, porque nos faz falta como referência, como conselheiro, mas também de gratidão a Deus por tudo que ele fez por esta igreja que constitui um grande legado que nós devemos assumir e desenvolver para o bem da igreja e da sociedade de Cabo Verde", adiantou, citado pela agência de notícias cabo-verdiana, Inforpress.

O bispo emérito da diocese de Santiago faleceu domingo, aos 88 anos. Paulino Livramento Évora completara, a 01 de junho, 44 anos de ordenação episcopal.

Até falecer, vivia na comunidade das irmãs franciscanas, na cidade da Praia.

No seguimento desta morte, o Governo de Cabo Verde concedeu tolerância de ponto para hoje aos funcionários do Estado, dos institutos públicos e das autarquias de Santiago para poderem participar nas cerimónias fúnebres.

O executivo classifica o pontífice de "uma referência da Igreja Católica em Cabo Verde" e considera a sua morte "uma perda irreparável e de comoção do povo cabo-verdiano".

A tolerância de ponto visa permitir a participação dos fiéis "em expressão de justa homenagem e reconhecimento" ao pontífice, lê-se na nota do Governo.