Pousadas da juventude são como o Tintim: dos 7 aos 77

Depois de uma fase de liquidação, resultados das pousadas começam a melhorar. No início de abril, 15 vão ser concessionadas.
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Três peregrinos, todos acima dos 50 anos, chegam com o objetivo de fazer o Caminho de Santiago. O ar cansado do fim do dia levo-os sem demoras da receção para o quarto. Por pouco não se cruzam com um barulhento e alegre grupo de jovens estudantes franceses, que chega, à pousada da juventude no centro de Lisboa, pronto para seguir diretamente para a frente de um prato de calamares e arroz.

A discrepância de idades só espanta quem não está habituado a frequentar as pousadas da juventude, defendem os responsáveis. Esta é uma ideia que "andamos a tentar desmontar há 50 anos", aponta Mário Magalhães gestor dos alojamentos da área da Grande Lisboa. Afinal, elas são como o Tintim para pessoas dos 7 aos 77.

Basta ter "espírito jovem", resume António Luís Silva, gestor das Penhas da Saúde, Castelo Branco, Foz Côa e Idanha-a-Nova. Ou não fossem muitos dos clientes "acima dos 30 anos", pessoas que "frequentaram as pousadas em grupos de jovens", aponta o presidente da Movijovem, Ricardo Araújo.

São esses grupos, aliás, os grandes clientes das pousadas da juventude e que mais se enquadram na sua missão de promover a mobilidade jovem. Por isso, os gestores dividem sempre a sua procura em grupos de jovens (essencialmente escolas e associações) e clientes individuais (normalmente casais a partir dos 30 anos).

Foi também a natureza dos seus clientes que deixou as pousadas da juventude a braços com uma crise e que levou a uma fase de liquidação. Primeiro porque as escolas reduziram as suas viagens e os hostels apareceram com uma concorrência feroz. Agora - já a iniciar uma fase de recuperação - , a rede de alojamento jovem enfrenta uma nova realidade. No início de abril, 15 das 39 pousadas vão ver a sua gestão concessionada às autarquias ou a privados.

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