Pós-11 de setembro: CIA ameaçava presos com abusos sexuais para tentar extrair informações

Senadora Dianne Feinstein encetou apresentação do relatório do Senado sobre a CIA, um documento com 6200 páginas, das quais são hoje divulgadas 480. Os Estados Unidos reforçaram a segurança e alertaram os aliados para eventuais protestos que possam ocorrer na sequência das revelações. Siga em direto.
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O relatório que está a ser apresentado refere que a CIA enganou o Congresso dos EUA sobre a eficácia das técnicas de interrogatório violentas sobre presos suspeitos de terrorismo e de integrarem a Al-Qaeada. Os interrogatórios foram realizados entre 2002 (após o 11 de setembro de 2001) e 2006 e envolveram suspeitos detidos em vários países em todo o mundo.

Entre os exemplos de práticas dos serviços secretos externos dos EUA estão a privação do sono dos detidos durante 180 horas ou a ameaça de abusos sexuais sobre os detidos como forma de tentar extrair informações.

"Este documento examina as detenções levadas a cabo pela CIA no estrangeiro e o uso de técnicas de interrogatório coercivas sobre pelo menos 119 detidos. Nalguns casos próximo da tortura", disse Dianne Feinstein, especificando o exemplo de um detido que morreu, em novembro de 2002, de hipoternmia, depois de ter estado parcialmente acorrentado, nu, a um chão de cimento numa prisão secreta da CIA.

Feinstein descreveu uma dessas prisões no estrangeiro, cuja localização não foi revelada, como "uma masmorra" em que os detidos ouviam música alta durante muito tempo e eram forçados a fazer as necessidades num balde.

Os EUA reforçaram entretanto a segurança antevendo protestos. O presidente norte-americano, Barack Obama, contactou hoje, antes da divulgação do relatório, o governo da Polónia, país condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos a indemnizar alegados terroristas que estiveram presos num centro de detenção da CIA em território polaco.

Os centros de detenção da CIA - e os chamados voos da CIA - fizeram parte de um programa de "entregas extraordinárias" de suspeitos de terrorismo, que foi levada a cabo pelos serviçso secretos externos norte-americanos em várias partes do mundo, no pós 11 de setembro, sobretudo durante os mandatos presidenciais de George W. Bush.

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