Portugueses querem casas mobiladas para comprar
Quase metade dos portugueses gostariam de adquirir a casa já totalmente equipada, mobilada e decorada. Esta é a conclusão que maior "surpresa" traz do inquérito de Novembro sobre "A Casa Ideal" promovido pela Eurosondagem e Escola Superior de Actividades Imobiliárias (ESAI). Para Manuel Ferreira dos Anjos, responsável da ESAI, este indicador vem revelar que a população começa a estar "muito habituada" aos aldeamento turísticos mas, sobretudo, resulta do facto de o crédito à habitação ser "muito mais barato" do que o crédito ao consumo, levando os consumidores a preferir o produto "chave na mão".
O inquérito de Novembro é o terceiro de uma série de 12 e versou sobre questões como o tipo de segurança interna e externa pretendida, qual a melhor vista a ter da janela da sala, quais os equipamentos mais importantes junto aos prédios de habitação e que tipo de equipamento e ou decoração é o ideal para a casa de habitação. Dos mais de mil entrevistados, 44% disseram querer comprar uma habitação não só equipada, mas também mobilidade e decorada. A que se somam os 13,5% que a querem decorada com todos os móveis e os 35,7% que querem o habitual nestes casos: a cozinha totalmente equipada.
E não se pense que são essencialmente as respostas do sexo masculino (ou feminino, não seja por isso) a causar a subida, em flecha, deste índice. É que, na verdade, 44,7% dos homens consideraram muito importante a casa estar totalmente equipada, mobilada e decorada, mas 43% das mulheres concordaram.
Para Manuel Ferreira dos Anjos, mais do que uma questão de comodidade, os portugueses procuram nesta solução uma forma de poupança. Sendo o crédito à habitação tão mais barato do que o crédito ao consumo, as pessoas começam a perceber que o ideal seria incluírem o preços desses bens todos já no custo de aquisição da casa. Basta ver que o crédito à habitação se situação nos 5,5 % a 6% e o crédito ao consumo ronda os 20%, ou seja, quatro vezes mais caro", sublinha Ferreira dos Anjos.
Para o especialista, estas conclusões são sinais importante para os promotores imobiliários olharem os consumidores e o mercado com outros olhos. "Nunca ninguém falou destas coisas. Nunca se perguntou, por exemplo, quem quer casa já com água, gás e luz com os contadores instalados e a funcionar a 100%. Acredito que se isso fosse perguntado, todos iam responder que sim. É daquelas coisas essenciais e que poupa imenso trabalho na correria de repartição em repartição", lembra Ferreira dos Anjos.
O inquérito mostrou ainda que 70% dos portugueses tem preferência por urbanizações com segurança privada e condomínios fechados. Sendo que as urbanizações com segurança privada têm sempre a primazia sobre os condomínios, é na faixa etária dos 18 aos 29 anos que atingem o pico das preferências.
Quanto aos condomínios fechados, é entre os 30 e os 59 anos que os portugueses parecem ter maior apetência por este tipo de segurança externa. No desdobramento por sexos os dados confirmam os resultados globais.|