Português Eduardo Mbengani suspenso 2 anos por doping

Eduardo Mbengani foi punido com dois anos de suspensão, devido a um controlo realizado ao meio-fundista da Conforlimpa no qual foi detectada eritropoietina (EPO). Já Nuno Costa protagoniza segundo caso de dopagem em pouco tempo no atletismo português, o que vem confirmar a preocupação demonstrada pela Autoridade Antidopagem de Portugal.
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A sanção foi imposta pelo conselho disciplinar (CD) da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), indica o site deste organismo. A suspensão começou a contar a partir de 15 de Fevereiro, data em que o atleta foi notificado acerca dos resultados das análises à amostra A e da consequente suspensão preventiva. Mbengani, treinado por Eduardo Henriques, viu-se então afastado dos campeonatos nacionais de crosse e em Março ficou a saber que a contra-análise confirmara a detecção de EPO.

A punição é a mínima prevista pela lei portuguesa para atletas que registem a primeira infracção grave aos regulamentos antidopagem. As suspensões podem variar entre dois e quatro anos para este tipo de casos, mas o CD da FPA optou por punir Mbengani com uma sanção igual à que tinha imposto a Luís Almeida, atleta do Sporting que foi desapossado do título de campeão nacional do lançamento do dardo. Isto apesar de as substâncias detectadas a ambos não terem o mesmo poder dopante: ao atleta da Conforlimpa foi detectada EPO, substância que pode manipular o desempenho durante semanas após ter sido injectada; Luís Almeida acusou cocaína, um estimulante com efeitos apenas nas horas a seguir ao momento em que é ingerida.

Mbengani poderá não recorrer, pois, em Março, quando foi notificado sobre o resultado da contra-análise, disse que iria aceitar a sanção, apesar de ter ficado surpreendido com o teste positivo." Se tivesse tomado algo poderia ter faltado ao controlo. Não foi o caso. Estive sempre disponível, nunca faltei! Conscientemente não tomei nada. Nunca foi minha intenção tomar algo", afirmou o atleta na altura, ao jornal desportivo A Bola, sem explicar como EPO sintética, vendida legalmente sob fortes restricções e tomada apenas através de injecções, foi parar ao seu corpo.

O atleta, filho de pai congolês e mãe angola e que veio para Portugal aos cinco anos quando a sua família fugiu da guerra civil, admitiu em Março ao diário desportivo que poderia voltar a competir se a sanção fosse apenas de dois anos, mas se fosse de quatro esse cenário poderia ficar afastado.

Novo caso no atletismo de fundo

Depois de Mbengani e da Conforlimpa, foi a vez de a dopagem bater à porta de Nuno Costa e do Maratona. O fundista que foi quarto classificado nos Campeonatos de Portugal de estrada e de corta-mato, está à espera do resultado da contra-análise, que está a ser conduzida pelo laboratório antidoping de Madrid.

A informação corria informalmente há semanas nos meios do atletismo português, mas foi confirmada na semana passada, ao diário desportivo Record, por uma fonte próxima do clube. Nuno Costa, que brilhou vencendo campeonatos nacionais de crosse enquanto juvenil e júnior, é treinado por Mário Cunha, o mesmo técnico que orienta Fernando Silva, o português que há cinco anos cumpriu uma sanção devido a doping com EPO, detectada num teste surpresa realizado seis dias antes de uns Campeonatos da Europa nos quais o atleta terminou em segundo lugar.

Numa entrevista concedida ao DN no final do ano passado e publicada já em Janeiro, o presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Luís Horta, disse quais as modalidades que mais o preocupavam, ao nível da dopagem sanguínea: "O problema do ciclismo é grave, tal como em outras modalidades que terão passaporte biológico, nomeadamente o atletismo, nas disciplinas de fundo, cuja situação não está controlada como gostaríamos."

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