Portugal tenta oitava meia-final com rotação que deve atingir CR7
A seleção nacional vai tentar esta tarde atingir a oitava meia-final da sua história em fases finais de grandes competições. Será a partir das 16.00, no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, diante da Nova Zelândia, que a equipa das quinas lutará por, no mínimo, um empate que permitirá seguir em frente na Taça das Confederações.
Isto num jogo diante da equipa teoricamente mais fraca da prova, o que irá levar Fernando Santos a pôr em campo uma equipa bastante diferente, havendo desde logo a forte possibilidade de Cristiano Ronaldo ser poupado, pois nas duas primeiras jornadas, separadas apenas por 70 horas, esteve o tempo todo em campo.
O selecionador não revelou ontem, na conferência de imprensa, quem irá poupar no duelo com os campeões da Oceânia, mas deixou a certeza de que "no fim de uma época e com menos de 72 horas de recuperação entre os jogos, obriga sempre a rotação". "Vamos ver como os jogadores estão, como se sentem", sublinhou, garantindo que "quem for a jogo estará 100% focado", razão pela qual diz dormir "sempre bem com qualquer opção" que tome para o onze. Já sobre a possibilidade de CR7 ficar de fora, jogou à defesa: "Não vou dizer quem vai jogar porque não dou trunfos aos meus adversários."
Há apenas uma situação que preocupa Fernando Santos e que tem que ver com o defesa-esquerdo Eliseu que, com a lesão de Raphaël Guerreiro, estaria na calha para ser titular. Mas uma gripe coloca-o como a principal incógnita para o duelo com os neozelandeses. Se o lateral não estiver melhor, Cédric Soares deverá ter de se sujeitar ao terceiro jogo consecutivo na prova.
Há quatro jogadores que logo à partida devem ficar de fora dos planos de Fernando Santos por causa do risco de suspensão para as meias-finais: Pepe, Bernardo Silva, André Gomes e Adrien, que já viram amarelo nesta fase de grupos.
Do habitual onze, apenas Rui Patrício se manterá, sendo que na defesa Nélson Semedo e Luís Neto estreiam-se, juntando-se a Bruno Alves e a Eliseu, este último se recuperar da gripe. No meio-campo Danilo Pereira, João Moutinho e Ricardo Quaresma apadrinham o primeiro jogo de Pizzi na fase final de uma grande competição, enquanto o ataque ficará entregue a André Silva e a Nani.
AS OUTRAS MEIAS-FINAIS
1966. Sonho ruiu em Wembley
A epopeia dos magriços, na primeira presença na seleção nacional numa fase final de uma grande competição (o Mundial 1966), só ruiu contra a anfitriã Inglaterra, numa meia-final mudada à última hora de Liverpool para Londres. Na capital, dois golos de Bobby Charlon derrubaram Portugal, que só conseguiu responder de penálti, por Eusébio (2-1). O pantera negra deixou o relvado lavado em lágrimas. Dias depois, uma vitória sobre a União Soviética (2-1) valeu à seleção nacional o 3.º lugar na competição.
1984. Deceção ao minuto 119
No regresso a grandes palcos, e na estreia em Campeonatos da Europa, em 1984, a seleção nacional voltou a ficar a um passo da final, caindo novamente diante do país anfitrião, a França - e apenas no tempo extra, após um 1-1 nos 90 minutos. Em Marselha, de pouco valeu um bis de Rui Jordão e uma grande exibição do guardião Manuel Bento: a um minuto do final do prolongamento, Michel Platini completou a reviravolta francesa - antes tinha bisado Domergue - e mandou os patrícios para casa (3-2).
2000. Outra vez a França
Uma grande penalidade convertida por Zinedine Zidane, aos 117 minutos do prolongamento, deu o triunfo à França por 2-1 e apurou a seleção na altura treinada por Roger Lemerre para a final do Euro 2000. Portugal tinha brilhado na fase de grupos (venceu a Inglaterra, Roménia e Alemanha) e despachado a Turquia no jogo dos quartos-de-final. Mas falhou novamente o acesso ao jogo decisivo. Nessa partida frente à França, Nuno Gomes abriu o marcador, mas Thierry Henry marcou e levou o jogo para prolongamento. Aí a mão polémica de Abel Xavier permitiu a Zidane, de penálti, apurar os gauleses.
2004. Tão, mas tão perto
Teria sido a cereja em cima do bolo, caso Portugal tivesse ganho o Euro que organizou. A seleção então orientada por Luiz Felipe Scolari atingiu pela quarta vez uma meia--final de uma grande prova e bateu a Holanda, por 2-1 (golos de Ronaldo e Maniche; autogolo de Jorge Andrade), apurando-se pela primeira vez na sua história para uma final. Mas o golo de Charisteas, em pleno Estádio da Luz, deitou por terra o sonho dos portugueses, que viram a Grécia erguer o troféu.
2006. Novo galo com a França
Mais uma presença numa meia-final, a quinta na história da seleção, e outra vez com a seleção nacional treinada por Luiz Felipe Scolari a ficar no caminho por causa da... França. Portugal passou a fase de grupos no primeiro lugar, eliminou a Inglaterra nos quartos-de-final (3-1 no desempate por grandes penalidades), mas depois caiu perante os gauleses. Outra vez com Zinedine Zidane a marcar o golo que eliminou... mais uma vez na transformação de uma grande penalidade.
2012. Agora foi a Espanha
A caminhada rumo a mais uma meia-final até começou mal, com uma derrota na fase de grupos com a Alemanha. Mas os triunfos sobre Dinamarca e Holanda permitiram à seleção apurar-se no segundo lugar e medir forças com a República Checa nos quartos-de-final. Cristiano Ronaldo resolveu a questão com um golo aos 79 minutos, mas Portugal haveria de perder com a Espanha de Casillas no jogo das meias-finais. O empate a zero obrigou a que o desenlace fosse nos penáltis. E aí Portugal perdeu por 4-2.
2016. Finalmente campeões
Fernando Santos bem avisou que só regressava a casa depois da final. E assim foi. No Europeu de França, a seleção atingiu pela sétima vez uma meia-final de uma grande prova, depois de uma fase de grupos marcada pelos empates. Despachou o País de Gales por 2-0 (golos de Ronaldo e Nani) e marcou presença com a França na final. No jogo decisivo, as coisas chegaram a estar tremidas, mas um pontapé do improvável Éder, no prolongamento, deu o primeiro título a Portugal.