Portugal perde uma posição no 'ranking' do IDH

Indicadores económicos são aqueles em que o País fica mais longe das médias da União Europeia e da OCDE. Esperança média de vida é aspecto positivo.
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Portugal ocupa a 34.ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, tendo perdido uma posição relativamente ao ano passado. Em todos os indicadores utilizados pela ONU, Portugal encontra-se abaixo da média da União Europeia (UE) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da Europa (OCDE).

A esperança média de vida à nascença é o indicador em que Portugal mais se aproxima das médias das duas organizações, com um valor igual a 78,6, quando para a UE e a OCDE é de 79 anos de idade. Ao contrário, nos indicadores económicos Portugal distancia-se do valor médio das duas organizações. Em relação ao PIB per capita, se na UE atinge os 29 956 dólares, e na média relativa à OCDE o valor é de 32 647 dólares, Portugal fica nos 22 765 dólares por habitante.

Tendo em conta que o relatório deste ano utiliza dados referentes a 2007 e não contempla ainda informação que dê conta do impacto da crise financeira mundial , uma das investigadoras do Programa da ONU para o Desenvolvimento Isabel Medalho Pereira admite que Portugal poderá correr o risco de, nos próximos anos, perder ainda mais posições no ranking, "apesar de nos indicadores relativos à educação e saúde não se esperarem grandes alterações".

A quebra de uma posição "não é sinal para alarme", diz António Vigilante, director regional da ONU para a Europa Ocidental, já que, "além de continuar a progredir", quer "apenas dizer que houve outros países que progrediram mais depressa do que Portugal".

Portugal integra desde 2005 o grupo dos países com um desenvolvimento humano muito elevado, espécie de primeira divisão, mas encontra-se nas últimas cinco posições desta tabela. Entre os parceiros da União Europeia, Portugal tem à sua frente países como a Grécia, a Eslovénia e Chipre e foi ainda, nos últimos anos, "ultrapassado pelos países do Golfo", segundo Medalho Pereira.

Explica a investigadora que a aceleração de países do Golfo, produtores de petróleo, terá ainda sido combinada com um factor de "metodologia" e que valeu a Portugal uma queda, em 2006, da 29.ª posição para a 33.ª. Ora, a queda aconteceu e descreve a realidade, mas - explica a especialista das Nações Unidas - Portugal nem deveria estar tão acima nessa altura: "Houve uma alteração metodológica - o Banco Mundial e UNESCO publicaram novas séries - e percebeu-se que Portugal estava mais abaixo do que se pensara porque não se estava a fazer uma utilização exacta dos dados."

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