Portugal na ONU. Poucos mas bons e com a mira apontada ao topo
Salvou a democracia na Serra Leoa, presenciou à recolha de corpos que vinham rio abaixo na Tanzânia durante o massacre do Ruanda e esteve mais de 32 anos na Organização da Nações Unidas. O ex-secretário-geral adjunto Victor Ângelo conhece as ONU como ninguém e não tem dúvidas em enaltecer o prestígio dos portugueses: "Poucos mas bons."
O ex-primeiro-ministro António Guterres é hoje o português mais influente como alto-comissário para os Refugiados (ACNUR) e mantém vivas as esperanças lusas de ter um português no lugar mais alto da ONU: secretário-geral. Será difícil, mas, como explica Vítor Ângelo, "não é impossível", pois "após serem afastados os candidatos mais óbvios, ele é um candidato na sombra que tem hipóteses". Porém, o ex-secretário-geral adjunto avisa: "É importante que tenha o apoio absoluto do governo português e que a diplomacia comece em breve a trabalhar nesse cenário. Ainda há tempo."