Portugal melhor no ranking de combate ao tabaco

Rainha Letizia de Espanha participou, com Marcelo de Rebelo de Sousa, na abertura da 7ª Conferência Europeia Tabaco ou Saúde, no Porto
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Portugal tem implementado medidas de combate e limitação do tabaco de forma satisfatória. O país subiu do 24º para 15º lugar, sendo classificado como positivo, de acordo com uma tabela da Associação Europeia de Ligas contra o Cancro, entidade co-organizadora com Liga Portuguesa contra o Cancro da 7ª Conferência Europeia Tabaco ou Saúde, que decorre no Porto até sábado. A rainha Letizia de Espanha e o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa participaram na sessão de abertura, em que o chefe de Estado português não fez nenhuma intervenção.

Em 2013 Portugal ocupava a 24.ª posição entre 35 países, subindo nove lugares até 2016, com o ranking a ser definido pela "implementação de políticas de controlo do tabaco", como o preço, a proibição/inibição de fumar em locais públicos e de trabalho, gastos em campanhas de informação pública e advertências de saúde. O Reino Unido é o país mais bem colocado, seguindo-se a Irlanda e a Islândia. Áustria, Alemanha e Luxemburgo são os piores desta tabela.

O documento, que foi apresentado por Luk Joosens, da Associação Europeia de Ligas contra o Cancro, recomenda que, antes da próxima conferência em 2020, os países devem aplicar uma abrangente política de controlo do tabaco, bem como interpelar a indústria tabaqueira, que "continua a ser o maior obstáculo à introdução de políticas eficazes de controlo do tabaco".

A definição das tabaqueiras como "inimigo" é mesmo uma das linhas fortes desta conferência, sobretudo pelos especialistas na matéria. O comissário europeu da Saúde e Segurança, Vytenis Andriukaitis, e o ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Campos Fernandes, também participaram com o primeiro a pedir mudanças reais para combater o tabagismo, defendendo uma monitorização de todos os produtos de tabaco na Europa. Apontou que os cigarros eletrónicos devem ser também combatidos e que não podem "ser porta de entrada para novos fumadores". O ministro português frisou que a política anti-tabágica é prioritária em Portugal e destacou que foi alargada a comparticipação a medicamentos para deixar de fumar, elogiando os resultados "impressionantes" dos dois primeiros meses do ano.

Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro, pediu uma maior vigilância ao cumprimento das leis sobre o tabaco e disse esperar que deste que junta médicos e especialistas resulte "um esforço conjunto para se conseguir melhorar a atuação em relação às tabaqueiras, que vão sempre à frente da legislação, sempre à frente da prevenção primária, vão sempre à frente dos fumadores".

Letizia Ortiz, entre elogios ao Porto e a Portugal, disse esperar que a conferência prossiga com os esforços para reduzir o consumo de tabaco. "Podemos dizer que o consumo de tabaco tem custos sociais e sanitários que superam os benefícios industriais", afirmou a rainha espanhola que é presidente honorária da Associação Espanhola contra o Cancro.

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