Portugal integra rede do Prémio Nobel Yunus

Católica Lisbon SBE cria centro da rede global Yunus para apoiar projetos de inovação social sustentáveis.
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Portugal vai ter um Centro Yunus, passando a fazer parte da rede global criada pelo Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus (2006), banqueiro e economista. Estes centros pretendem apoiar projetos de inovação social que sejam sustentáveis e o português resulta de uma parceria com a Católica Lisbon School of Business and Economics. Vão atuar nas áreas da formação de jovens e da capacitação das empresas.

"A Católica Lisbon, que tem a liderança neste tema a nível nacional, decidiu conectar-se a esta rede global para lançar em Portugal um projeto de referência, que seja um centro de excelência de competências na área da inovação social. O objetivo é desenvolver e aprofundar a inovação social como ferramenta para o progresso da sociedade ", explicou ao DN Filipe Santos, diretor da faculdade. É professor de Empreendedorismo e Inovação Social e, entre outros projetos, lançou em 2015 a iniciativa "Portugal Inovação Social", uma missão com fundos europeus.

Muhammad Yunus, natural do Bangladesh, começou por desenvolver o microcrédito em países pobres, emprestando dinheiro para que as pessoas desenvolvessem projetos sustentáveis economicamente com uma orientação para o impacto social e ambiental. Posteriormente, aprofundou o conceito de negócios sociais em várias áreas, com instituições e empresas de todo o mundo, nomeadamente na Europa. Esta rede de centros já envolveu 47 milhões de pessoas.

Em Portugal, o Católica Lisbon Yunus Social Innovation Center resulta de um protocolo de colaboração com a Galp e a Fundação Santander Portugal. São sócios-fundadores e o acordo foi celebrado para três anos.

Uma das áreas de atuação será a Educação, onde a Fundação Santander terá maior intervenção. Pretende-se dar competências aos jovens, tanto universitários como do Ensino Secundário. "É um programa de capacitação e formação, onde aprendem a ser empreendedores, não para ganhar dinheiro, mas para resolver problemas da sua comunidade de forma sustentável e economicamente viável. Eventualmente, poderão ter receitas , mas o objetivo é resolver o problema que identificaram", diz Filipe Santos.

As empresas também serão apoiadas, em particular as que têm menos recursos, no sentido de integrarem as preocupações ambientais e sociais na sua estratégia de ação. Vão desenvolver um programa de capacitação para os temas ambientais e sociais. Um dos focos é a transição energética.

Segundo Filipe Santos aquele é um os maiores desafios da sociedade. "A transição energética é um imperativo, mas também tem custos sociais, causa disrupção e, em alguns casos, pobreza energética. Queremos promover soluções inovadoras que ajudem a combater a pobreza energética das populações e, por outro lado, que a transição energética seja feita de forma justa e inclusiva. Queremos que as comunidades se organizem na produção de energia, que encontrem soluções mais baratas para aumentarem a eficiência. E poderão dar pistas às empresas e encontrar soluções que poderão ser escaladas. Estamos a trabalhar com a área da inovação da Galp, para fazer este instrumento de inovação social que vêm das comunidades".

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