Portugal enviou 55 mil toneladas para tratar lá fora

Portugal enviou em 2010 para o estrangeiro 55 123 toneladas de resíduos para tratamento, sobretudo perigosos, um total mais baixo do que o registado no ano anterior, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
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No Relatório do Estado do Ambiente, divulgado pela APA, é explicado que nos últimos dois anos se registou "uma diminuição muito significativa dos resíduos sujeitos a movimento transfronteiriço em Portugal".

Dados da APA referem que, ao contrário, entraram em Portugal 6.380 toneladas de resíduos para valorização, resultantes de cinco processos de notificação oriundos de Espanha e Irlanda e respeitantes a combustíveis.

Se a comparação do lixo transportado para o estrangeiro para ser tratado entre 2010 e 2009 aponta para uma redução de 12%, quando é feita a análise de dois anos, entre 2010 e 2008, a quebra é de 72%.

Do total das 55 123 toneladas, 52 971 foram para valorização (ligeira subida face a 2009) e 2152 toneladas para eliminação (menos 79%).

Os resíduos perigosos representam 98% das exportações para valorização.

Em Portugal, a gestão deste tipo de lixo passa pelos dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER), licenciados em 2008, e pela incineração em cimenteiras.

A APA considera que, "desde 01 de janeiro de 2009, se encontram reunidas as condições para que Portugal seja praticamente autossuficiente em matéria de tratamento de resíduos perigosos", o que se tem refletido na evolução do movimento transfronteiriço.

Espanha continuou a ser o destino preferencial dos resíduos para valorização, com 97% do total (51 584 toneladas), seguindo-se Marrocos, que nos últimos anos não recebeu lixo de Portugal, mas em 2010 ocupou o segundo lugar, com 661 toneladas.

Em Marrocos, os resíduos produzidos em Portugal são sujeitos a reciclagem de compostos orgânicos.

Dados da APA referem que a Índia mantém o segundo lugar como país recetor de resíduos portugueses para valorização, com 324 toneladas, menos de metade da quantidade de 2009. O objetivo é a recuperação de metais.

O lixo para eliminação foi, na sua maioria (1381 toneladas), para a Bélgica, mas também para Espanha (481 toneladas) e Alemanha (236 toneladas). O processo utilizado é a incineração, com exceção de 190 toneladas enviadas para Espanha que foram sujeitas a tratamento físico-químico.

Em 2010, a APA recebeu e analisou 82 processos relativos a transferências de Portugal de resíduos destinados a valorização e eliminação, que deram origem a 2535 movimentos, o que representa uma descida de 9% face a 2009.

Daquele total, 56 casos respeitam a resíduos para valorização e 26 para eliminação, ou seja, menos 11% e 46%, respetivamente, quando comparados com os números do ano anterior.

Ao contrário, foram recebidos cinco processos relativos a transferências para Portugal de resíduos para valorização, mais 67% que em 2009.

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