Portugal envia mais remédios para o Peru

As empresas da indústria farmacêutica portuguesa vão passar a poder exportar livremente os seus medicamentos para o mercado peruano depois de fechado um acordo entre o Estado Português e o Peru. O anúncio foi feito à margem da Cimeira Ibero-americana e vai assim permitir o mais fácil acesso a um mercado que, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), vale já quatro milhões de euros para a indústria nacional do sector.

Segundo a nota do MNE ontem divulgada, "foi publicada, no passado dia 9, uma Resolução do Ministério da Saúde do Peru que, no seu artigo 9º, passa a incluir Portugal na lista de países que praticam a "alta vigilância sanitária" no fabrico de produtos farmacêuticos". Uma medida que vai permitir que um conjunto de empresas nacionais possa exportar, sem entraves, produtos farmacêuticos para um país cuja taxa de crescimento anual ronda os 6%.

Dados do INE referem que só no segmento dos medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho, a indústria portuguesa exportou para o Peru um valor total de 662 mil euros entre janeiro e agosto deste ano. Isto representa um crescimento do volume de negócios na ordem dos 110 mil euros se comparado com o mesmo período de 2011.

Ao longo de todo o ano de 2011 Portugal exportou para o Peru um total de 1011 milhões de euros em medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho. Mais 300 mil euros do que no ano anterior quando a exportação deste segmento se situou nos 690 mil euros. Ou seja, um crescimento de 46,1%.

O gabinete de Paulo Portas explica que com a resolução do Ministério da Saúde do Peru, Portugal sai da lista de países que estão "obrigados a um processo moroso e complexo, envolvendo um conjunto de registos prévios à comercialização dos seus medicamentos no mercado, com consequentes custos acrescidos e dificuldades variadas".

"A inclusão de Portugal foi conseguida após longos meses de esforços diplomáticos e políticos, cujo resultado é revelador do bom relacionamento bilateral entre os dois países", frisa o gabinete de Portas.