Portugal integra desde ontem o fórum mundial mais importante da saúde. A Aliança M8 - o G8 da saúde -, admitiu a entrada do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e da Universidade de Coimbra (UC). O consórcio começou a preparar a candidatura há um ano e foi agora aprovado por unanimidade, confirmou, ao DN, Martins Nunes, presidente do conselho de administração do CHUC..A partir de agora, estas instituições vão estar no fórum com 17 outros membros, de 13 países, e vão discutir e traçar metas que a saúde a nível mundial deve alcançar. Segundo Martins Nunes - que estava em Berlim na sessão do M8 para assistir à votação da entrada de Portugal -, estão neste momento a ser discutidos temas como as migrações, a poluição, a saúde mental ou a violência. São "aspetos que têm que ver com o mundo atual" e sobre os quais Portugal vai ter uma palavra a dizer. "Vamos receber os dossiês, analisá-los e certamente entregaremos os nossos contributos", apontou o presidente do CHUC..O outro representante do consórcio, João Gabriel Silva, reitor da UC, considera que esta entrada no M8 "beneficia Portugal, pois através de Coimbra todo o país terá acesso a um dos mais importantes fóruns, ligado ao G8, em que a saúde global é discutida e são desenhadas muitas das iniciativas que são depois concretizadas em todo o mundo". Também em Berlim, o responsável da universidade assegura que o consórcio "tem alguma coisa a oferecer ao fórum"..Fica desde logo um exemplo: "A nossa ligação aos países africanos de língua portuguesa dá-nos uma presença contínua em África que não é comum e que é importante para uma instituição que se preocupa com a saúde global. Temos também pessoas de muita qualidade nas áreas de cada um dos dossiês em discussão e contribuiremos com os nossos conhecimentos.".Reconhecendo a importância não só para Coimbra como para o país, o Ministério da Saúde também apoiou a candidatura de Coimbra a este grupo de reflexão e esteve presente quando esta foi entregue em Berlim, em julho. "Ao fazer parte desta associação, na qual têm assento as maiores academias do mundo e se gera pensamento em torno dos grandes temas e tendências deste setor, Portugal passa a participar em mais um importante fórum de debate e pensamento estratégico em torno da saúde mundial", enalteceu, à Lusa, o ministro da Saúde, Paulo Macedo..O M8 reunia, até à entrada de Portugal, 17 das mais prestigiadas universidades e centros hospitalares e académicos do mundo, de 13 países. Funciona desde 2009, sob o patrocínio do governo alemão e organiza todos os anos a Conferência Mundial de Saúde.. Entre os seus membros - dos quais apenas cinco países europeus (França, Inglaterra, Suíça, Alemanha e Portugal) - contam-se instituições como o Imperial College, do Reino Unido, a Sorbonne, de França, a Universidade de São Paulo, do Brasil, ou a Bloomberg Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, dos EUA. Tendo em vista o objetivo principal que é "melhorar a saúde mundial", o M8 traçou cinco "objetivos estratégicos", como indica na sua página online..O fórum procura desenvolver uma rede de centros académicos de ciências da saúde e juntar universidades e prestadores de cuidados, facilitar o diálogo entre os decisores da área (desde políticos, farmacêuticas, investigadores ou médicos). Quer ainda marcar a agenda global de desenvolvimento da saúde em todo o mundo, levando aos centros de investigação questões de interesse e divulgando resultados e recomendações.