Portugal e Uruguai confiam que acordo UE/Mercosul vai ajudar relações comerciais

Os governos de Portugal e Uruguai encaram o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, cuja conclusão está próxima, como uma oportunidade para aprofundar as "ainda incipientes" relações comerciais, disseram hoje em Lisboa os respetivos chefes da diplomacia.
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"Entendemos que, com a próxima conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, estarão criadas condições para que as relações económicas entre Portugal e o Uruguai deixem este patamar de quase nada, em que hoje infelizmente se encontram, para crescerem", afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, após uma reunião com o seu homólogo uruguaio, Rodolfo Nin Novoa.

O governante português assinalou as "excelentes relações diplomáticas" entre os dois países, bem como a "sintonia de posições político-diplomáticas".

"São dois países muito próximos no que diz respeito à valorização do multilateralismo, à sua participação nas organizações internacionais e à sua defesa da democracia e dos direitos humanos como as bases mais sólidas para o desenvolvimento", sublinhou.

Por outro lado, Santos Silva apontou a importância do ensino da língua portuguesa no Uruguai, o terceiro país onde mais alunos aprendem o português como língua estrangeira, depois da Espanha e dos Estados Unidos da América.

No mesmo sentido, o ministro das Relações Exteriores da República Oriental do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, recordou que a primeira localidade do seu país foi fundada por portugueses, no século XVI, afirmando que a história das relações entre Lisboa e Montevideo é marcada por "oportunidades e coincidências".

"Temos muitas expectativas de aprofundar as relações comerciais, sobretudo a nível bilateral, através do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que é muito importante sob vários pontos de vista", considerou o ministro uruguaio.

O Mercosul, composto pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa desde 2017), esteve "durante muitos anos ausente da agenda internacional, mas começou a abrir-se ao mundo em 2016", disse Rodolfo Novoa.

Questionado pela Lusa sobre o impacto da crise política e social no Brasil, o governante afirmou que se trata de "um parceiro muito importante" do Uruguai.

"Vai haver eleições [presidenciais] em outubro. Desejamos muito e apoiamos que o Brasil prossiga pela normalidade democrática que tem tido desde há muito tempo a esta parte e que sabemos que não vai perder", destacou.

Durante a reunião de hoje, Lisboa e Montevideu assinaram um memorando de entendimento de consultas políticas de alto nível e um acordo sobre o exercício de atividades profissionais remuneradas por parte dos membros da família do pessoal diplomático, administrativo e técnico das missões diplomáticas e postos consulares.

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