Portas mandou copiar 60 mil páginas 'pessoais'

Publicado a
Atualizado a

Uma factura revela que Paulo Portas digitalizou 61 893 páginas de documentos enquanto foi ministro da Defesa. O semanário Expresso, que consultou o processo Portucale, cita funcionários da empresa de digitalização que afirmam terem visto nos documentos expressões como "Confidencial", "NATO", "Submarinos", "ONU" e "Iraque". Mas Paulo Portas nunca foi ouvido nos autos do processo Portucale, nem como arguido nem como testemunha.

Além de Paulo Portas, também Luís Nobre Guedes, ex-ministro do Ambiente, Telmo Correia, ex-ministro do Turismo e Nuno Morais Sarmento, ex-ministro da Presidência, digitalizaram documentos dos respectivos ministérios. Conforme apurou o Expresso, no processo Portucale também estão incluídos cheques pessoais de Luís Nobre Guedes e de Telmo Correia para pagar o serviço de digitalização.

Em declarações ao Expresso, Paulo Portas afirmou: "Escrevo quase tudo o que digo, tomo notas das reuniões e costumo preparar as decisões que tomo. É natural que vá arrumando ao longo dos anos a minha 'papelada' por temas e assuntos. Para mim próprio, muitas vezes, 'Pessoal', 'Para Conhecimento'". Segundo disse ao Expresso, Paulo Portas pediu apenas para que fossem digitalizados "despachos e notas de três anos da Defesa e de sete à frente do CDS".

O Expresso questionou a razão por que Paulo Portas nunca foi chamado a prestar declarações no âmbito do processo Portucale sobre a digitalização de documentos. A resposta do DCIAP é que "o apurado quanto à digitalização realizada noutros ministérios permitiu atenuar as suspeitas que recaíam sobre a digitalização realizada no MDN" e que "não se mostravam preenchidos os pressupostos da verificação de crime".|

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt