Ponte de Constância fecha ao trânsito para peritagem

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A velha ponte de Constância nunca inspirou cuidados de maior e sempre foi considerada como "segura", mas, desde que uma inspecção da empresa Estradas de Portugal lhe atribuiu o grau quatro (o último patamar antes da pré-ruína) em termos de conservação, a autarquia decidiu proibir, em 2006, o tráfego a pesados com mais de 15 toneladas. A partir de hoje, a ponte centenária, que liga Constância à Praia do Ribatejo, encerra até 10 de Julho, entre as 09.00 e as 18.30, para uma empreitada de inspecção e registo de anomalias que visam futuros trabalhos de reforço no tabuleiro rodoviário.

A população das duas localidades, bem como os condutores de veículos pesados, estão preocupados com o desvio do trânsito, pois não têm muitas hipóteses. É que a ponte da Chamusca, que faz a travessia do rio Tejo, também está fechada à circulação para viaturas com peso superior a 20 toneladas. Aos camionistas resta-lhes apenas a travessia do rio pelas pontes Salgueiro Maia, em Santarém, ou de Rossio ao Sul do Tejo, em Abrantes. Tal implica que percorram por dia mais uma série de quilómetros.

Contudo, a realização das peritagens e as suas conclusões são consideradas muito importantes para a autarquia e alimentam as expectativas da necessidade de construção de uma nova travessia para o Tejo.

António Mendes, presidente da câmara de Constância, da CDU, há muito que exige a construção de uma nova ponte. Hoje, já existem boas acessibilidades na região do Médio Tejo, mas a mais apetecível de todas é a A23. Um corredor para Lisboa, para o norte do País e também para Espanha. Nesta região, que procura captar investimento empresarial para dar trabalho às populações e evitar que estas migrem, os autarcas e a sociedade civil partilham da mesma opinião : "Uma nova ponte é que era."

O autarca de Constância lembrou ao DN que o que tem "é uma antiga ponte ferroviária" adaptada em 1988, onde o trânsito circula num só sentido através de sinalização semafórica. "Os acidentes são frequentes e os engarrafamentos diários agravados pelo facto de as colunas militares e os comboios que saem do ramal da Celulose do Caima terem prioridade a qualquer hora", explicou.

António Mendes disse ainda que, neste momento, "para os mais de quatro mil automobilistas que utilizam diariamente esta ponte" efectuar o trajecto tornou-se cada vez mais um "exercício verdadeiramente desesperante, devido às filas, à insegurança e à falta de condições de circulação". O autarca considerou ainda que a construção dos CIRVER, no concelho vizinho da Chamusca, é forma de se contribuir para "a resolução de um problema nacional", por isso, já era altura de o País ajudar a resolver um grave problema que atinge a região há muito, a nível da segurança de tráfego. |

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