O Governo anunciou há dois dias, que, afinal, o novo aeroporto de Lisboa já não será na Ota, mas na Margem Sul, em princípio, na freguesia de Canha, na ponta leste do Campo de Tiro de Alcochete. .Para apoio ao novo aeroporto, o Governo anunciou também a construção de uma terceira travessia do Tejo em Lisboa, uma ponte Chelas-Barreiro rodoferroviária, para nela instalar o TGV, a ferrovia convencional para comboios suburbanos e o tráfego rodoviário. Estranhamente, uma ponte com estas características não consta das propostas quer da Ota quer de Alcochete. .Devo esclarecer que o conceito de uma ponte Chelas-Barreiro com três modos de transporte é de minha autoria, tendo sido divulgado pela primeira vez num artigo que publiquei neste mesmo jornal há mais de três anos, em 30 de Agosto de 2004, com o sugestivo título: TGV e terceira travessia: "3 em 1", onde digo, a certa altura: "Porque não aproveitar para instalar nessa travessia do Tejo, para além do comboio normal de bitola ibérica (como o instalado na Ponte 25 de Abril) e do trânsito rodoviário, também o comboio de alta velocidade (TGV)? Isto é uma autêntica solução "3 em 1"! .Este conceito foi depois paulatinamente divulgado através de vários artigos que publiquei noutros jornais e revistas de referência, bem como em várias sessões técnicas e em conferências que proferi na Sociedade de Geografia de Lisboa, com a apresentação das respectivas soluções de engenharia..A ponte Chelas-Barreiro com os três modos de transporte é também uma das componentes fundamentais de um estudo de minha autoria, alternativo às propostas da Ota e de Alcochete, intitulado "Plano Integrado para o Novo Aeroporto de Lisboa, Rede de TGV e Terceira Travessia do Tejo", que foi entregue ao senhor ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, eng. Mário Lino, em 19 de Novembro último, para ser apreciado no âmbito do processo então em curso para a escolha do novo aeroporto. Esse estudo foi também entregue a outras altas individualidades do País, designadamente ao senhor Presidente da República. .Nesse plano integrado, a ponte Chelas-Barreiro, bem como as ligações ferroviárias e rodoviárias, tanto do lado de Lisboa como do lado do Barreiro, estão já completamente resolvidas em termos de engenharia. .Além de permitir acessibilidades muito fáceis e rápidas ao novo aeroporto (localizado em Pinhal Novo, logo a seguir ao Barreiro, junto da A12), bem como uma excelente articulação com a rede de TGV, comparativamente com as propostas da Ota e de Alcochete, o plano integrado permite poupanças de 3000 milhões de euros e de 1500 milhões de euros, respectivamente..O estudo com o plano integrado pode ser obtido através da Internet nos sites: www.maquinistas.org ou http/sglsote.no.sapo.pt |