Na quinta-feira, várias dezenas de milhares de manifestantes responderam à convocatória do "histórico" sindicado Solidariedade para protestar na capital polaca contra a política social do governo liberal de Donald Tusk, na véspera de a Polónia assumir a liderança rotativa de um bloco europeu que tarda em mostrar sinais de retoma e onde se assiste a sucessivas demonstrações de descontentamento. Apesar das "boas notícias" vindas de Atenas, com o voto favorável do parlamento grego ao novo pacote de austeridade e sua implementação -- pois um voto negativo causaria uma situação de crise na UE com efeitos difíceis de antecipar -, a Polónia encontra basicamente os mesmos problemas que marcaram a presidência húngara, no primeiro semestre do ano, com a crise económica a dominar todas as atenções e a condicionar políticas..Sem surpresa, a Polónia assume assim como sua grande prioridade para o segundo semestre de 2011 a pasta económica, propondo-se "conduzir a UE num caminho de crescimento económico", concentrando-se para tal na integração europeia. A presidência polaca "herda" da presidência húngara outro importante "dossier" económico, que Budapeste não logrou encerrar mas que quase certamente Varsóvia poderá celebrar: o encerramento das negociações entre Conselho (Estados-membros) e Parlamento Europeu sobre um pacote de seis peças legislativas para o reforço da governação económica, considerado uma ferramenta fundamental para a UE evitar novas crises no futuro. A presidência polaca aponta como outras prioridades, extra-economia, da sua presidência a necessidade de lidar com os problemas políticos criados pela chamada "primavera árabe" e as pressões migratórias sobre o espaço Schengen de livre circulação de pessoas..Por fim, como elemento muito próprio da sua agenda, a Polónia investirá também no aprofundamento da chamada parceria oriental, lançada em 2009, e que visa reforçar as relações económicas e políticas com seis países da antiga União Soviética: Ucrânia, Moldávia, Bielorrússia, Arménia, Azerbeijão e Geórgia..O arranque da presidência é assinalado hoje em Varsóvia com uma reunião entre o primeiro-ministro Tusk e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.