"Portugal, de um ponto de partida que não era favorável e que não dispunhamos de espaço orçamental, resolveu que a crise global que se vivia seria temporária, seria de curta duração, e portanto era apropriado seguir políticas orçamentais ativas de estabilização. Em 2008 e 2009 foram seguidas políticas de expansão orçamental agressivas. Estas levaram a níveis de défice públicos elevados e a um crescimento muito rápido da dívida pública", afirmou Vítor Gaspar..O governante, que falava no âmbito do ciclo de debates "As Reformas da República" que se realiza na Universidade Católica em Lisboa em parceria com a Rádio Renascença, afirmou que essas decisões levaram ao pedido de ajuda em abril de 2011 para evitar uma bancarrota do país em junho desse ano.."Em 2010 e 2011, estas decisões conduziram a uma situação insustentável, com uma deterioração completa da nossa confiança e credibilidade, a nossa impossibilidade de nos financiarmos nos mercados de obrigações e portanto um pedido de ajuda internacional tornou-se inevitável para evitar a bancarrota em junho de 2011", afirmou o governante..Vítor Gaspar voltou a sublinhar que "Portugal é um exemplo de que o excesso de despesa não leva a um crescimento sustentado" e que o recurso a políticas orçamentais expansionistas quando não se criou margem orçamental suficiente nos exercícios anteriores levam a situações de instabilidade muito graves.."O excesso de despesa não esteve associado a um desempenho associado em termos de crescimento, pelo contrário. Portugal foi o país no euro que menos cresceu com exceção da Itália", adiantou.