Polícia destruiu provas de abusos a Natascha

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A polícia austríaca terá escondido e até mesmo destruído fotografias que mostravam Natascha Kampusch a ser usada como escrava sexual, não só pelo homem que a manteve cativa durante oito anos numa cave nos arredores de Viena, mas também por outras pessoas. A jovem, hoje com 20 anos, criticou o jornal Heute que divulgou a informação com base nos dossiers policiais confidenciais.

De acordo com os dados revelados, as autoridades receberam ordens para não aprofundar a investigação e ignorar o material encontrado em casa de Wolfgang Priklopil, de 44 anos, que se suicidou após a fuga de Natascha, em Agosto de 2006. Os investigadores foram também obrigados a esconder ou destruir provas, incluindo fotografias guardadas em DVD, que podiam envolver outras pessoas no caso. Segundo o jornal, importantes políticos não queriam um escândalo antes das eleições.

Raptada a caminho da escola quando tinha 10 anos, Natascha permaneceu durante oito anos sequestrada numa cave, na casa de Priklopil. Seis semanas depois do rapto, um agente suspeitou dele, mas o seu relatório perdeu-se e a pista nunca foi seguida. O Parlamento austríaco está a investigar os possíveis erros durante a investigação inicial.

O Heute divulgou mesmo um email que teria sido enviado pelo então chefe da polícia criminal, Herwig Haidinger, ao ministro do Interior. Nele, queixava-se de que outro responsável policial, Nikolaus Koch, tinha exigido a destruição de provas. O actual ministro, Günter Platter, considerou estas revelações meros "rumores e alegações".

Dois meses após Natascha ter fugido, a revista alemã Stern divulgou a existência de fotos nas quais a jovem surgia algemada, submetida a humilhações sexuais e "jogos cruéis" por parte de amigos do raptor. Ontem, Natascha mostrou-se "horrorizada" pela divulgação de informação confidencial, mas não negou o caso.|

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