Polícia cerca favelas do Rio de Janeiro
A polícia brasileira resolveu cercar as favelas do Rio de Janeiro com medo que haja uma guerra de traficantes de droga durante a festa do fim de ano, que deverá reunir mais de dois milhões de pessoas na cidade. O cerco, programado para ocorrer apenas amanhã, foi antecipado depois de terem surgido boatos de invasões.
Para evitar os problemas que têm ocorrido - na última semana santa, uma guerra entre as favelas da Rocinha e do Vidigal causou 12 mortes e, no Carnaval de 2003, o governo federal chegou a enviar tropas para o Rio de Janeiro, de forma a garantir a segurança da população - a polícia optou por agir de forma preventiva e antecipou-se aos chefes do crime. Nas favelas, com armas pesadas e muita violência, os traficantes controlam os acessos e as vidas das pessoas, perante a impotência da polícia e a omissão dos serviços públicos de ordem social.
A polícia do Rio iniciou antes do previsto a Operação Réveillon, marcada para começar só amanhã. Na noite de terça-feira, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocupou o conjunto de favelas conhecido como Complexo de São Carlos e a favela da Mineira, onde uma disputa entre facções rivais já matou doze pessoas nos últimos dias. A Operação Réveillon só será suspensa no dia 3 de Janeiro.
Em todas as favelas do Rio serão feitas operações de controle do acesso aos morros, sempre com o uso de cães polícia - para encontrar drogas - e, em algumas, com apoio do batalhão florestal. A polícia também promete cuidado especial com a Linha Vermelha - estrada que dá acesso ao Aeroporto Internacional - e a Linha Amarela - via que liga o Centro à Zona Oeste.
Este ano, a polícia usará mais dez por cento de homens do que em 2003. Pelo menos 20 mil polícias vão actuar na passagem do ano, dos quais dois mil só em Copacabana, onde também serão usadas 16 câmaras de televisão para evitar crimes contra turistas. Além disso, haverá 17 postos de observação, cada um com cinco polícias.
Nos aeroportos e hotéis do Rio de Janeiro começou uma campanha com orientações para os turistas estrangeiros sobre melhor a forma de evitar a violência.