PND exige posição pública da presidente do PSD sobre tiros contra dirigível

O Partido da Nova Democracia (PND) entregou hoje uma carta na sede social-democrata exigindo uma posição pública da presidente do PSD sobre o abate a tiro de um dirigível do PND na Madeira.
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"saída da sede nacional social-democrata, em Lisboa, a presidente do PND, Maria Augusta Montes Gomes, queixou-se de ter sido mal recebida pelo PSD e observou: "De facto, parece que a doença da Madeira do senhor Alberto Jardim chegou aqui também à sede nacional do PSD, coisa que não esperávamos".

O PND quer que a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, "se pronuncie publicamente" e diga se "acha bem que se vá para uma festa de espingarda às costas dar tiros a militantes de outros partidos, se está de acordo com isso, se lhe parece bem, se não tem nada a dizer sobre este assunto, se não tem uma palavra a dizer sobre este tipo de atitude", declarou Maria Augusta Gomes.

Contactado pela agência Lusa, o PSD não se quis pronunciar sobre aquelas declarações feitas pela presidente do PND.

Maria Augusta Gomes chegou à sede social-democrata perto das 16:00 horas, juntamente com os dirigentes do PND Fernando Lidon e Manuel Brás, que encabeça a lista deste partido às eleições legislativas no círculo de Lisboa.

Minutos depois de terem entrado, os três dirigentes do PND ouviram o secretário-geral adjunto do PSD Matos Rosa dizer-lhes que a carta tinha sido entregue.

A presidente do PND pediu-lhe que carimbasse a cópia da carta para certificar a sua entrega, o que Matos Rosa se escusou a fazer.

"Fomos mal recebidos, recusaram-se, inclusivé, a pôr um visto ou um pequeno carimbo na cópia da carta em como a receberam. De facto, parece que a doença da Madeira do senhor Alberto Jardim chegou aqui também à sede nacional do PSD, coisa que não esperávamos. Não contávamos com esta tipo de atitude", criticou Maria Augusta Gomes aos jornalistas, já fora da sede social-democrata.

Interrogada sobre o conteúdo da carta, respondeu que, através dela, o PND pede que a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, "se pronuncie publicamente" e tome "uma posição pública sobre o que se passou" na Madeira.

Na Madeira, no domingo, três tiros de caçadeira furaram um "zepelim" que o PND pretendia que sobrevoasse a tradicional festa do PSD/Madeira no Chão da Lagoa.

"O PND não vai deixar cair isto em saco roto e vai pedir às autoridades que não arquivem, que não desapareçam com este processo e que estejam atentos. E queremos saber quem foi culpado, quem não foi", declarou Maria Augusta Gomes.

"Obviamente que temos ideia de quem foi, numa festa conhecida. Além do mais, foi quase um crime anunciado. Esperemos é que tomem medidas, que se faça alguma coisa. Ou então agora passamos a vida a andar aos tiros uns aos outros? Mas chegámos a este ponto? Isto agora é assim? A oposição resolve-se a tiro?", questionou.

"Que se cuide o engenheiro Sócrates, que venha de blindado, porque senão é capaz de lhe acontecer qualquer coisinha", advertiu a presidente do PND.

Segundo a presidente do PND, "não deve ser difícil" descobrir quem disparou os tiros, porque "levar uma carabina para uma festa não é uma coisa que se meta no bolso às escondidas".

"Ir de carabina calibre 21 e desatar aos tiros aos militantes da Nova Democracia, não sei que mais é que estão à espera de fazer, o que é que se segue. Ou vamos todos para a campanha eleitoral com colete à prova de bala? Que se cuidem todos os partidos que vão para campanha eleitoral, neste momento as coisas resolvem-se a tiro".

"Na minha terra é à sacholada, mas pelos vistos na Madeira é a tiro e aqui em Lisboa deve ser também semelhante", concluiu.

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