"Julgo que todos os líderes políticos estão muito empenhados em conseguir um acordo e, por isso, ficaremos as horas que forem necessárias. Da parte da Europa, daqui ninguém arreda pé enquanto não for claro que o nosso contributo possa originar um acordo", afirmou José Sócrates..José Sócrates falava aos jornalistas, depois de ter participado numa reunião extraordinária do Conselho Europeu e numa altura em que um texto da presidência dinamarquesa (contendo princípios para um acordo) continuava a ser negociado entre União Europeia, Estados Unidos, China, Índia, Brasil, Etiópia, Sudão, entre outros países. .Face à dificuldade das negociações, o líder do executivo português deixou também uma ideia de algum cepticismo face ao teor e possível alcance de um possível compromisso que venha a sair de Copenhaga.."O dever de um político é manter a confiança, mas não vou negar que a União Europeia está neste momento mais desapontada do que há uma semana atrás, porque esperávamos que o acordo fosse conseguido durante o dia de hoje", afirmou o primeiro-ministro..Segundo o primeiro-ministro, "estamos perante negociações muito complexas e difíceis, que se vão arrastar pela noite dentro". ."A União Europeia aqui está e aqui permanecerá para dar o seu melhor tendo em vista um acordo", afirmou o líder do executivo português..Para José Sócrates, o acordo sobre alterações climáticas "deverá prever metas vinculativas na redução dos gases com efeito de estufa e deverá estabelecer metas para atingir financiamentos que permitam aos países fazerem mudanças estruturais nas suas economias".."O acordo deverá também conter os mecanismos de verificação sobre o efectivo cumprimento do acordo por todas as partes", adiantou, referindo-se a um ponto que tem sido objecto de contestação por parte da China..Na perspectiva do primeiro-ministro, a existência de mecanismos de verificação "é essencial para que as metas [de redução das emissões] possam ser verificáveis por todas as partes subscritoras do acordo"..Interrogado sobre a natureza do entendimento que gostaria que saísse de Copenhaga, Sócrates afirmou que o acordo político "deverá conter os traços para que se faça um acordo vinculativo".."Não há acordo político sem metas vinculativas na redução das emissões e considero isso absolutamente essencial para que o acordo sirva o mundo", frisou..De acordo com o primeiro-ministro, em Copenhaga, a União Europeia apresentou-se "liderando pelo exemplo, não apenas pelas metas vinculativas que já assumiu - e que vigorarão haja ou não acordo".