PM de Singapura defendeu multilateralismo na abertura da cimeira ASEAN

O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsieng Loong, defendeu esta terça-feira o "multilateralismo" da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para enfrentar desafios económicos, ambientais ou contra o terrorismo.
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"A cooperação multilateral é a maneira mais eficaz de enfrentar (o futuro)", disse o primeiro-ministro de Singapura na abertura da reunião da ASEAN.

Lee Hsieng Loong, anfitrião da 33ª cimeira da organização que começou hoje e termina na quinta-feira em Singapura, lembrou a "força" conjunta do bloco diante de um clima de "incerteza internacional".

A ASEAN é composta por Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Brunei, Singapura, Tailândia e Filipinas.

A guerra comercial entre Washington e Pequim ameaça enfraquecer a economia da ASEAN, que prevê ser até 2030 a quarta no mundo, atrás dos Estados Unidos, da China e da União Europeia.

O processo de integração implementado pelo grupo até hoje procura "atrair investidores" para uma das "economias mais vibrantes do mundo", declarou Lee.

Os primeiros-ministros e Presidentes dos países da ASEAN reúnem-se, estas quarta e quinta-feira, com representantes de países parceiros como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coreia do Sul, entre outros.

A ausência mais notada no fórum asiático é a do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representado pelo Vice-Presidente, Mike Pence, que também participará mais tarde no Fórum de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), na Papua Nova Guiné.

Até agora, não se sabe se o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e Mike Pence realizarão uma reunião bilateral para discutir a tensa guerra comercial que prejudicou os mercados nos últimos meses.

Espera-se que a crise humanitária dos Rohingya seja outra questão de particular importância nas reuniões entre os participantes na cimeira e que foi negligenciada por Lee durante o seu discurso de abertura.

Este é um assunto espinhoso para a região depois de 725.000 pessoas dessa minoria étnica terem fugido de Myanmar (antiga Birmânia) para o Bangladesh em agosto de 2017, após uma campanha de perseguição liderada pelo exército, descrita pelas Nações Unidas como uma tentativa de genocídio.

A ameaça de mudanças climáticas na região, o terrorismo ou a mudança para uma tecnologia digital serão outras questões que serão abordadas na cimeira.

No âmbito da cimeira, os países-membros da ASEAN não conseguiram concluir as negociações do tratado da Associação Económica Regional Integral (RCEP), mas este será finalizado em 2019, de acordo com o secretário de Comércio e Comércio, Indústria das Filipinas, Ramon Lopez.

"Estamos determinados a terminar tudo no próximo ano, em 2019", prometeu Lopez em declarações à imprensa em Singapura.

Na prática, a RCEP será um tratado de livre comércio entre a ASEAN, a Austrália, a China, a Coreia do Sul, a Índia, o Japão e a Nova Zelândia, que juntos representam aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.

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