PJ e PSP detiveram suspeito da morte do agente Irineu
Uma operação conjunta da Polícia Judiciária (PJ) e da PSP, durante o início da manhã de ontem no bairro da Cova da Moura, levou à detenção de um indivíduo suspeito de co-autoria no homicídio do agente Irineu Diniz, a 17 de Fevereiro. A única informação disponibilizada é que se trata de um cidadão português, 20 anos, e foi detido num apartamento no Cacém.
Alguns pormenores da detenção foram revelados ontem, numa conferência de imprensa conjunta entre o director nacional da PJ, Santos Cabral, e o director nacional da PSP, Branquinho Lobo. O responsável pela PJ adiantou que, apesar da detenção efectuada, as investigações relativas às circunstâncias da morte do agente da PSP prosseguem. Até porque, como frisou Santos Cabral, o suspeito detido está indiciado por co-autoria, ou seja, há mais suspeitos a serem investigados.
Durante a operação "Cerco Maior", que envolveu 180 efectivos da PSP, incluindo elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE), e da PJ, efectuaram-se cerca de 20 buscas domiciliárias na Cova da Moura, das quais resultaram a apreensão de uma caçadeira de canos serrados, uma pistola de guerra e três armas de calibre 6.35, adiantou em conferência de imprensa o director nacional da PJ.
A detenção do suspeito ocorreu num apartamento no Cacém onde além deste se encontravam mais dois indivíduos. A operação de assalto esteve a cargo do GOE e, segundo o seu comandante, Magina da Silva, correu sem sobressaltos.
Por sua vez, Branquinho realçou a importância da colaboração entre as várias forças de segurança para lutar contra a criminalidade mais violenta. É necessário também haver uma "combinação de várias unidades e serviços próprios da PSP para reforçar o policiamento nas zonas denominadas pontos quentes da criminalidade violenta ", disse. O director nacional da PSP admitiu a falta de meios da polícia, mas adiantou que vão tentar "melhorá-los e depois aumentá-los".
Esta nova apreensão de armas de fogo proibidas levou a que Santos Cabral reafirmasse a sua preocupação com a circulação destas em Portugal. O director nacional da PJ retomou o apelo feito ao poder político para, em eventual sede de revisão do Código Penal, estar atento a este fenómeno, eventualmente agravando a pena prevista para o crime de tráfico de armas. "Há um denominador comum entre a notícia que damos e os factos que ontem [segunda-feira] ocorreram. É a questão das armas proibidas", sublinhou.