PJ e GNR abandonam pista holandesa

A polícia percorreu área de quatro quilómetros sem encontrar vestígios.
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A Polícia Judiciária e a GNR decidiram abandonar a pista da carta anónima publicada no jornal holandês De Telegraaf, que indicava com alguma precisão onde poderia ser encontrado o corpo de Madeleine Mc- Cann. O abandono ocorreu após mais de três horas de buscas com quatro cães pisteiros numa área de quatro quilómetros localizada entre os sítios do Arão e do Pereiro (concelhos de Lagos e Portimão).

"A pista indicada pela carta foi totalmente abandonada e o caso encerrado", referiu ao DN o porta-voz da PJ, Olegário Sousa, explicando que a zona em questão foi "pesquisada detalhadamente com o auxílio dos cães de busca e salvamento da GNR, oriundos da escola da Guarda sediada em Queluz, treinados para detectarem, através do olfacto, odores de cadáveres em decomposição".

A operação, que envolveu mais de meia centena de elementos da PJ e da GNR, teve início às 6.30 horas e terminou às 10, mas já por volta das 5.30 a GNR tinha delimitado a zona com o corte dos acessos ao local, a fim de poder trabalhar longe dos olhares das dezenas de jornalistas que transformaram a pacata zona rural do Arão numa imensa Torre de Babel informativa. O tempo nebulado acabou por facilitar a missão dos investigadores, já que impediu que a zona fosse sobrevoada por helicópteros. Apenas um aparelho, do canal televisivo britânico ITV, sobrevoou a zona, mas as buscas já tinham cessado.

A PJ não deu grande credibilidade à carta anónima e as buscas só terão ocorrido numa perspectiva de resposta à intensa e repentina pressão dos media nacionais e internacionais, muitos dos quais já tinham abandonado o caso Maddie, tendo reaparecido, num ápice, no Algarve.


Pista de Espanha em aberto


Em contrapartida, a PJ continua atenta à pista fornecida pelo jornalista Antonio Toscano, do diário espanhol El Mundo, que possui informações sobre um pedófilo cadastrado, cujas características encaixam na descrição já apresentada pela polícia portuguesa sobre o suspeito de rapto da menina britânica.

O "El Francês", como é conhecido aquele indivíduo que Toscano andou a investigar, continua sem paradeiro conhecido. Desde Fevereiro que ninguém sabia nada sobre o homem - que já cumpriu três penas de prisão por crimes de pedofilia fora de Espanha.


Relações crispadas


"Existiu um contacto pessoal entre a Polícia Judiciária e o autor da notícia" sobre a carta anónima publica no De Telegraaf, "no próprio dia da sua publicação". Foi desta forma que a PJ reagiu às críticas que os pais de Maddie dirigiram à investigação, no sentido de a notícia ter sido divulgada "sem que a polícia portuguesa tivesse sido previamente informada". Mais um episódio que reflecte a crispação que parece existir entre os investigadores e o casal McCann.

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