Pista sobre pianista é "só especulação"

A pista avançada por um mimo polaco sobre a identidade do pianista encontrado numa praia do Reino Unido a vaguear "é apenas uma especulação", disse ontem o porta-voz do hospital onde está internado, em Kent, no Sudeste do País. O mimo, que trabalha em Roma, afirmou, após ter visto a fotografia do jovem amnésico na imprensa italiana, que este se chama Steven Villa Masson, é francês e seu amigo.

"Não podemos confirmar essa informação, nem o alegado nome do jovem encontrado em Abril numa praia de Kent", explicou o porta-voz, Adrian Lowther, à agência France Press. Por agora, "a pista é especulativa", disse, acrescentando que desde que o caso se tornou conhecido as autoridades já receberam mais de 500 chamadas de pessoas a dar informações.

O diário britânico The Times noticiou ontem que o mimo, conhecido por Darius, afirmou que teve a oportunidade de trabalhar durante dois anos com Steven e que não vê o amigo há nove meses. "É um artista apaixonado pelo piano e os seus compositores favoritos são Chopin, Liszt e Bach", sublinhou ao jornal.

O assistente social do pianista, Michael Camp, considera que "esta é apenas uma possibilidade que vão averiguar", refere a BBC no seu site da Internet. "Até conseguirmos que alguém nos mostre uma fotografia dele ou algo mais concreto, é apenas uma possibilidade e nada mais", acrescentou. Michael Camp adiantou ainda que "temos recebido muitas chamadas, mas apenas de pessoas a sugerir o que lhe poderá ter acontecido".

O "homem do piano" - como é conhecido no Reino Unido - foi encontrado no dia 7 de Abril numa estrada da ilha de Scheppey, em Kent, vestindo fato e gravata. Tinha a roupa toda molhada e as etiquetas do fato e dos sapatos tinham sido retiradas, o que constitui mais um obstáculo à sua identificação.

Desconhece-se se o homem caiu ao mar, foi empurrado ou se ia num barco e nadou até terra. Desde que foi encontrado, o jovem - que deverá ter entre 20 e 30 anos, é loiro e mede 1,80 metros de altura - não pronunciou qualquer palavra. Quando a equipa médica lhe entregou lápis e papel, o homem desenhou um piano e desde então passa horas inteiras a tocar, interpretando peças de Tchaikovsky e composições próprias.

O jovem encontra-se na ala de psiquiatria de um hospital a norte do condado de Kent.