Pinto da Costa é o presidente mais antigo na I Liga. Sabe quem se segue?

Presidente portista foi eleito pela primeira vez a 17 de abril de 1982. Carlos Pereira, no Marítimo desde 1997, é o senhor que se segue. Só depois surgem António Salvador (Sp. Braga) e Luís Filipe Vieira (Benfica).
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Que Pinto da Costa é o presidente de clube da I Liga há mais tempo no cargo, já é senso comum. Mas quem é o senhor que se segue ao líder portista, consegue lembrar-se? Não, não é o benfiquista Luís Filipe Vieira nem o bracarense António Salvador. E há que ter em conta que cinco dos 18 líderes atuais dos emblemas da I Liga retomaram as presidências dos respetivos clubes depois de uma primeira passagem.

Veja aqui a lista, do mais antigo para o mais recente:

1. Pinto da Costa (FC Porto, abril de 1982)

Sócio do FC Porto desde dezembro de 1953, quando 14 dos outros 17 presidentes dos clubes atualmente na I Liga ainda não tinham nascido, Jorge Nuno Pinto da Costa tornou-se presidente dos dragões a 17 de abril de 1982, cerca de 24 anos depois de ter entrado no clube pela porta da secção de hóquei patins. Passou pela secção de boxe e pelo departamento de futebol, antes de ser convencido a candidatar-se. Além de presidente há mais tempo no cargo no patamar maior português, é o mais titulado. As duas Taças/Ligas dos Campeões (1987 e 2004), as duas Taças UEFA/Ligas Europa (2003 e 2011), as duas Taças Intercontinentais (1987 e 2004) e Supertaça Europeia (1987) foram os troféus de expressão internacional, aos quais se somam 21 campeonatos, 12 Taças de Portugal e 20 Supertaças. Entre todas as modalidades, soma perto de 500 troféus, o que o torna no presidente com maior palmarés de sempre em todo o mundo, ultrapassando o mítico Santiago Bernabéu, do Real Madrid.

2. Carlos Pereira (Marítimo, desde julho de 1997)

Em funções no clube madeirense há mais de três décadas, é presidente há quase 22 anos, quando substituiu Rui Fontes no cargo. Sempre na I Liga, esteve em sete dos nove apuramentos do emblema madeirense para as competições europeias e guiou o clube a uma final da Taça de Portugal (2000/01) e duas da Taça da Liga (2014/15 e 2015/16). A melhor posição do Marítimo na I Liga foi um 5.º lugar, alcançado por seis vezes, quatro delas já no reinado de Carlos Pereira.

3. António Salvador (Sp. Braga, fevereiro de 2003)

Eleito a meio de uma temporada em que o Sp. Braga esteve perto da descida de divisão, catapultou o emblema minhoto para um patamar superior, de disputa por títulos, com duas participações na Liga dos Campeões e uma final da Liga Europa (2010/11). Foi vice-campeão em 2009/10 e venceu uma Taça Intertoto (2008/09, uma Taça da Liga (2012/13) e uma Taça de Portugal (2015/16). Tem o sonho de conseguir fazer do Sp. Braga campeão nacional até 2020.

4. Luís Filipe Vieira (Benfica, outubro de 2003)

Em 2002 assumiu a presidência da SAD do Benfica (antes esteve no Alverca) e um ano depois já era presidente do clube, tendo sido eleito a 31 de outubro de 2003, o que faz dele o líder encarnado em funções durante mais tempo. Em 15 anos, conquistou 20 troféus no futebol: seis campeonatos, três Taças de Portugal, sete Taças da Liga e e quatro Supertaças, tendo ainda chegado a duas finais da Liga Europa. Não entra para o palmarés, mas é incontornável falar da construção e constante expansão do centro de estágios do Seixal, onde foram formados jogadores como Bernardo Silva, João Cancelo, André Gomes, Renato Sanches, Rúben Dias, Ferro, Gonçalo Guedes ou João Félix.

5. Vítor Magalhães (Moreirense, junho de 2008)

Em Moreira de Cónegos mora o único presidente que já esteve à frente dos destinos de dois clubes, Moreirense e V. Guimarães. Vítor Magalhães começou nos cónegos, entre 1996 e 2004, levando o clube pela primeira vez à I Liga em 2002. Depois, fez um intervalo para presidir os vimaranenses entre 2004 e 2007, período em que alcançou um apuramento para a Taça UEFA e obteve a impensável despromoção. Regressou ao seu primeiro clube em junho de 2008 e voltou a catapultá-lo da II Divisão B à I Liga num curto espaço de tempo. Neste segundo reinado subiu duas vezes à elite do futebol português e venceu uma Taça da Liga em 2017, o maior feito da história do emblema minhoto. Esta época está bem lançado para estabelecer a melhor época de sempre do Moreirense na I Liga, batendo o 9.º lugar de 2003/04.

6. António Silva Campos (Rio Ave, novembro de 2008)

Em quase onze anos na presidência, conseguiu não só consolidar o Rio Ave na I Liga como torná-lo num candidato à presença nas competições europeias, algo que conseguiu por três vezes, as únicas da história do clube. Em 2013/14, com Nuno Espírito Santo como treinador, os vila-condenses foram finalistas vencidos tanto da Taça de Portugal como da Taça da Liga.

7. Júlio Mendes (V. Guimarães, março de 2012)

Eleito há sete anos, encontrou um clube em crise, com um passivo de vários milhões de euros e salários em atraso. Porém, tem conseguido dar a volta, tendo conquistado a Taça de Portugal em 2012/13 e conseguido o apuramento para a Liga Europa por três vezes.

8. Rui Pedro Soares (Belenenses SAD, novembro de 2012)

É o presidente da SAD do Belenenses desde 2012, quando a Codecity, a empresa da qual é proprietário, garantiu a maioria do capital da sociedade que gere o futebol profissional dos azuis... que já não são do Restelo. Apesar das divergências com a direção do clube, conseguiu a promoção à I Liga no ano de estreia e um apuramento para as competições europeias, em 2015.

9. João Loureiro (Boavista, dezembro de 2012)

Foi presidente do clube do Bessa entre 1997 e 2007, nos anos áureos do Boavista, tendo conquistado o título nacional em 2000/01, uma Taça de Portugal (1996/97) e uma Supertaça (1997). Foi ainda vice-campeão por duas vezes e semifinalista da Taça UEFA, assim como participante por duas vezes na fase de grupos da Liga dos Campeões. Implicado mas ilibado no Apito Dourado, voltou ao clube cinco anos após o deixar, na sequência de um movimento de sócios que recolheu centenas de assinaturas. Após a tomada de posse, conseguiu ver aprovado o direito de regressar à I Liga, algo conseguido no verão de 2014, seis anos depois de os axadrezados terem sido despromovidos precisamente devido ao escândalo de corrupção.

10. Francisco José Carvalho (Desp. Chaves, junho de 2013)

Transmontano de gema, Francisco José Carvalho, presidente da SAD do Chaves desde a criação da sociedade em 2013, entrou para o clube em 2011, ano em que o seu pai, Francisco Carvalho, conhecido na cidade como o "Chico das cassetes", decidiu assumir a presidência do emblema flaviense para o salvar da extinção. Fez o clube saltar da II Divisão B para a I Liga em dois anos e conseguir duas épocas tranquilas no patamar maior do futebol português.

11. Rui Alves (Nacional, junho de 2015)

Desde 1994 apenas não esteve um ano na presidência do Nacional (entre 2014 e 2015) por ter apresentado a sua candidatura à Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Se não fosse essa interrupção, seria ele o segundo presidente de clube da I Liga há mais tempo no cargo de forma consecutiva, batendo o vizinho Carlos Pereira. Depois de ter o futebol profissional da II Divisão B à I Liga em dois anos e assegurado cinco qualificações europeias no primeiro reinado, viu os nacionalistas serem despromovidos mas voltarem imediatamente à elite durante segunda passagem à frente do emblema madeirense.

12. Rui Melo Cordeiro (Santa Clara, junho de 2015)

Empossado como presidente do Santa Clara em junho de 2015, conseguiu devolver o clube e os Açores à I Liga no ano passado, após década e meia de ausência. Assim que assumiu a direção do clube, também tomou controlo da SAD.

13. Kunle-Soname (Feirense, abril de 2016)

Em 2015, o nigeriano entrou como parceiro estratégico da SAD do Feirense, comprando 70% das ações da sociedade do clube de Santa Maria da Feira e tornando-se no primeiro empresário africano a deter um clube na Europa. Um ano depois assumiu o cargo de presidente da SAD do Feirense. Três anos depois de ter ajudado os fogaceiros a subir à I Liga, está perto de ver confirmado o regresso ao segundo escalão.

14. Rodiney Sampaio (Portimonense, maio de 2017)

O Rodiney Sampaio é presidente da SAD há quase dois anos de um dos poucos clubes que têm líder diferentes na sociedade desportiva e na direção, presidida por Fernando Rocha desde 2006. Antes, o dirigente brasileiro tinha exercido o cargo de diretor geral da SAD dos algarvios. Depois da promoção à I Liga, tem catapultado alguns jogadores para outros clubes, sendo o extremo japonês Shoya Nakajima o rosto mais mediático: foi transferido para o Al Duhail, do Qatar, por 35 milhões de euros.

15. Vítor Hugo Valente (V. Setúbal, dezembro de 2017)

Eleito presidente do Vitória de Setúbal a 21 de dezembro de 2017, seis meses depois de ter perdido umas eleições para Fernando Oliveira, Vítor Hugo Valente já tinha sido vice-presidente do clube e líder da SAD entre 2009 e 2012, durante um mandato da direção então comandada por... Fernando Oliveira. Praticamente com um mês na presidência, viu a equipa principal chegar à final da Taça da Liga, perdida para o Sporting.

16. Wei Zhao (Desp. Aves, junho de 2018)

Presidente da SAD do Desp. Aves desde que o brasileiro Luiz Andrade se demitiu, no início de junho do ano passado, o chinês Wei Zhao é o detentor da empresa de gestão e marketing desportivo Galaxy Believers que, por sua vez, é acionista maioritária da sociedade dos avenses. O presidente do clube, Armando Silva, está no cargo desde 2012.

17. Frederico Varandas (Sporting, setembro de 2018)

O presidente da direção de um clube há menos tempo em funções, tendo sido eleito já no decorrer da época. Frederico Varandas foi diretor clínico do clube durante quase sete anos (2011 a 2018), depois de ter exercido as mesmas funções no Vitória de Setúbal (2009 a 2011). Em cerca de seis meses à frente dos leões, já conquistou um título: a Taça da Liga.

18. David Belenguer (Tondela, novembro de 2018)

Se Varandas é o presidente da direção de um clube há menos tempo em funções, o espanhol David Belenguer é o presidente da SAD mais recente, ao tornar-se acionista maioritário do Tondela em novembro do ano passado como rosto da Hope Group, empresa que gere os espanhóis do Granada, os chineses do Chongqing Lifan e os italianos do Parma. Para já, o ano zero está a ser complicado, com a equipa beirã a correr sério risco de descida à II Liga. Gilberto Coimbra, o presidente do clube, está no cargo desde 2015 depois de o ter feito entre 2003 e 2010.

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