Pinto da Costa agita visita de José Mourinho
Pinto da Costa tentou minimizar o impacto desportivo do regresso de José Mourinho ao Dragão, como treinador do Chelsea, na próxima terça-feira, em que o triunfo é uma questão de sobrevivência para o FC Porto, e agitou um pouco as águas já turbulentas da segurança em torno do treinador. Depois da polémica questão das ameaças de morte ao treinador, da cuspidela de que foi alvo por parte de Hélder Barbosa (membro da claque SuperDragões que assumiu a coacção e acusa o técnico de ter assediado a sua companheira), de Mourinho ter anunciado ontem que não comparecerá na conferência de imprensa na véspera do jogo (será substituído pelo adjunto Steve Clarke), o presidente do FC Porto deixou no ar insinuações sobre as razões que motivaram Mourinho, em entrevista ao Expresso, a comparar a visita à Invicta com uma ida a Palermo - com evidentes sugestões a climas mafiosos.
«Por causa do FC Porto de certeza que não precisa de segurança», disse ontem Pinto da Costa em entrevista à RTP. «(Só se for) por qualquer coisa de errado que tenha feito ou tenha sido mal interpretada, (ou algum problema) com algum cidadão do Porto», acrescentou. Posteriormente, em declarações aos jornalistas no exterior do estúdio da estação pública, citadas pelo Maisfutebol, o líder dos dragões diria ainda que ganhar ao Chelsea, que já está apurado para a próxima fase da Liga dos Campeões, não é diferente por ser orientado por Mourinho e dispor de vários ex-colaboradores do treinador português no FC Porto: os jogadores Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira e os colaboradores Baltemar Brito, Rui Faria, Silvino e André Villas-Boas.
«Não é pelo regresso de antigos treinadores e antigos jogadores que queremos ganhar mais ou menos. O sabor de um triunfo seria igual se à frente do Chelsea estivesse um chinês, um inglês ou um treinador de qualquer outro país», reclama Pinto da Costa, que demonstrou confiança na manutenção da equipa na prova, apesar de depender de resultados alheios.
Num sentido oposto, Pedro Emanuel tinha dito na véspera, num jantal de beneficência, que «reencontrar Mourinho é sempre especial», enquanto Carlos Alberto, que manteve o tom, preferia sublinhar que o treinador «não ia entrar em campo». «Vai ser muito difícil ganhar porque ele conhece bem a nossa equipa», admitia o brasileiro.
A entrevista ao Jornal da Tarde da RTP serviu ainda para admitir o erro de contratar Luigi Del Neri - «só não se engana quem é burro» - e franquear as portas a mais reforços em Janeiro além do já oficializado Leandro, defeso esquerdo brasileiro que se encontra a recuperar de uma pequena intervenção cirúrgica já efectuada em Portugal. «Não posso dizer se será a única contratação, mas ainda falta um mês (para a reabertura do mercado)», registou. «Admitimos que poderão sair um ou dois jogadores a título de empréstimo», finalizou.
Pelo meio, rotulou McCarthy de «inegociável», lembrando que só recebeu abordagens pelo sul-africano no início da época, e recuperou uma promessa com 17 anos, tantos quantos os que correram depois do triunfo na Taça Intercontinental: «Disse que havíamos de voltar. Demorou dezassete anos, mas a minha promessa está cumprida. Agora vamos lá mostrar o verdadeiro FC Porto».
Entretanto, ontem, Fabiano deu sinais de estar muito perto da competição, ao contrário de Nuno Valente, Baía e Meireles, lesionados.