Pinto Balsemão apoia moção de António Borges

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António Borges entregou ontem na sede do PSD, em Lisboa, a sua moção de estratégia global ao congresso. Um texto que, afinal, terá como primeiro subscritor Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro, empresário da comunicação social e militante número um do partido. Apesar desta opção, será o economista e vice-presidente da Goldman Sachs International a apresentar e a defender a moção no congresso, como confirmou ao DN. "Esta não é a minha moção, mas a moção de uma série de gente e que tem uma pessoa como o dr. Balsemão como o primeiro subscritor. Eu vou apresentá-la porque sou congressista", disse Borges.

Confrontado com as declarações de Cavaco Silva, que, de férias no Brasil, disse ao Correio da Manhã que esta moção "pode gerar desenvolvimentos interessantes, pois é uma moção que se apresenta ao congresso sem candidato à liderança", António Borges mostrou- -se "irredutível". A moção não significa nem significará uma candidatura à liderança "Não é essa a nossa intenção."

O DN sabe que entre o grupo que apoia e subscreve esta moção há quem defenda, pelo menos, a apresentação de listas ao Conselho Nacional do PSD. "Primeiro vamos sentir o ambiente do congresso, depois logo se vê", disse ao DN um dos subscritores da moção.

O próprio António Borges, no entanto, recusa, para já, essa solução e adianta que o grupo onde se inclui "não é contra ninguém e não se envolve em guerras intestinas". Por "guerras intestinas", Borges entende as eleições para os órgãos nacionais do partido. O próprio já anunciou que está ao lado de Marques Mendes na corrida interna que o opõe a Luís Filipe Menezes.

Apoios. Além dos apoiantes já anunciados há uma semana, no dia em que Borges foi entrevistado na RTP - Leonor Beleza, José Pedro Aguiar-Branco, Rui Rio, Alexandre Relvas, João Silveira Botelho, Alexandre Patrício Gouveia - juntaram-se ontem mais uns quantos nomes o ex-ministro Valente de Oliveira, Montalvão Machado (pai), os antigos secretários de Estado Amândio de Azevedo, Feliciano Barreiras Duarte e Manuel Lencastre e ainda o ex-líder da JSD Pedro Duarte. Registe-se ainda a adesão de Sofia Galvão, que foi secretária de Estado de Santana Lopes, e da eurodeputada do PSD e constitucionalista Assunção Esteves. No total, foram recolhidas cerca de 100 assinaturas de delegados para a moção, mais dos que as 25 exigidas pelo regulamento do congresso.

presidenciais. António Borges concorda com Cavaco Silva quando este diz que as eleições presidenciais devem ficar de fora do congresso, agendado para o próximo fim-de-semana, em Pombal "Estou absolutamente de acordo. Não somos nós que temos de indicar e apoiar um candidato, ele tem de aparecer primeiro." Um tema que é tratado na moção, intitulada "Transformar Portugal - Por um País integro, solidário, justo, próspero e moderno". As presidenciais são encaradas como "o mais importante de todos os combates políticos": "O PSD terá de apoiar um candidato de grande reputação e prestígio, que possa trazer à vida política portuguesa um standard de exigência e de rigor digno de um apoio vigoroso e empenhado." Cavaco Silva encaixa neste perfil.

Além de traçar um cenário muito sombrio de Portugal, nos seus aspectos políticos, económicos e sociais, a moção defende a "renovação de ideias e de programas de acção" do PSD, abrindo-se à sociedade. "Não pode o partido ficar fechado sobre si próprio, a sarar as suas feridas. Será a altura de uma grande abertura à sociedade civil, da mobilização de muitas mulheres e homens de valor que não se revêem na actual maioria parlamentar", lê-se no texto.

Ao congresso do PSD que vai escolher o sucessor de Santana Lopes na liderança do partido, foram apresentadas, no total, 38 moções de estratégia.

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