A Kroll Associates UK "procedeu no final do dia 12 de maio", sexta-feira, à entrega "do respetivo relatório", explica-se na nota da PGR enviada à Lusa..O documento foi entregue seis meses depois de a consultora ter sido escolhida para as averiguações e depois de a entrega ter sido adiada por três vezes, a pedido da empresa, por ser necessário mais tempo para apurar os factos.."A Procuradoria-Geral da República vai, de ora em diante, proceder à verificação e análise do relatório, com vista a aferir da sua conformidade com os termos de referência", acrescenta aquele órgão..A divulgação é remetida para breve, mas sem data definida.."Finda a análise, a PGR irá, o mais breve possível, partilhar com o público os resultados da auditoria, com salvaguarda do segredo de justiça, uma vez que o processo, em sede do qual, a auditoria foi solicitada, ainda se encontra em instrução preparatória", conclui-se no comunicado de hoje..Fontes que acompanham o processo disseram na sexta-feira à Lusa que um sumário do relatório deve ser dado a conhecer até final do mês..A consultora Kroll foi escolhida em novembro de 2016 pela Procuradoria para averiguar "a existência de infrações de natureza criminal, entre outras, no processo de constituição, financiamento e funcionamento das empresas Proindicus, Ematum - Empresa Moçambicana de Atum e MAM - Mozambique Asset Management"..Em causa está o destino de cerca de 2,2 mil milhões de dólares de dívidas contraídas entre 2013 e 2014 pelas três empresas estatais junto de bancos estrangeiros com garantias do Governo que não foram aprovadas no parlamento nem inscritas nas contas públicas..O escândalo rebentou em abril de 2016 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e um grupo de 14 doadores internacionais congelaram os apoios ao orçamento de Estado e exigiram uma auditoria como condição prévia para retomar os apoios..O Estado assumiu a incapacidade para pagar as prestações aos credores e o país entrou em 'default', caindo na classificação das agências de notação financeira..O país fechou 2016 com uma inflação de 25%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano, e o metical terminou o ano entre as dez moedas do mundo que mais se desvalorizaram, ao perder cerca de um terço do seu valor - tendência entretanto invertida..O representante permanente do FMI em Moçambique, Ari Aisen, disse à Lusa que os resultados da auditoria devem ser recebidos com "serenidade"..Para Ari Aisen, o Governo moçambicano já mostrou que está preocupado em recuperar a confiança dos parceiros internacionais e, nesta altura, o mais importante é garantir que o processo avance.