GOSTA-SE facilmente do Peugeot 508 e a opinião parece mesmo pacífica, pelo menos foi do que nos demos conta entre aqueles que connosco partilharam o dia em que enfim se pôde experimentar o mais recente dos produtos da marca, disponível em Portugal desde o final de Fevereiro. A sugerir estatuto superior ao 407 e não apenas por ser maior, personalidade forte dentro do ar de família que continua a conciliar de modo equilibrado a imagem desportiva e o toque de classe e bom gosto próprio de um familiar reputado, o novo «leão» consegue transmitir aquela ideia de produto em melhoria constante, cada vez mais cuidado e refinado.
Chamativo pelas formas bem esculpidas e pela introdução das luzes diurnas em led (com os faróis bi-xénon), o 508 continua a surpreender quando se abrem as portas e se respira o ambiente do habitáculo. Obviamente mais rico nas versões topo de gama, mas sempre exercício a merecer aplausos, tanto pelo estilo como pelo rigor da construção, assente em materiais marcantes até pelo tacto dos plásticos, os quais nem por terem presença alargada são penalizadores do conjunto, este Peugeot sobe na escala e fica, neste aspecto, muito bem posicionado face à concorrência.
A berlina cresce dez centímetros face ao 407 mas, mais do que isso, importa o aumento da distância entre eixos, são 9,2 cm que se revelam importantes na arquitectura e, em termos práticos, decisivos na habitabilidade, já que os passageiros do banco traseiro contam com um acréscimo de 5,3 cm para as pernas e beneficiam de espaço ao nível do porta-estandarte 607. Notável!
No que toca ao espaço há outros ganhos: o volume da bagageira aumenta para 545 litros na berlina (mais 108 comparativamente com o 407), valor que quase triplica (1581 litros) quando se rebatem os bancos traseiros (2/3-1/3). Em função do equipamento, pode beneficiar-se de até mais 22 litros de espaços para arrumação no interior (só o porta-luvas comporta 9 litros).
Travessa do painel de bordo em magnésio, capot de alumínio, soldagem do tejadilho a laser, utilização de chapas de limite muito elevado contribuem para outra melhoria, uma redução de 25 quilos no peso, apesar do aumento das dimensões e do recheio mais generoso. E atente-se no que pode oferecer o equipamento: sistema head-up display a cores (com informações da navegação), assistente automático dos máximos, faróis bi-xénon, iluminação estática direccional, sistema mãos-livres, medição do espaço disponível para estacionar, climatização em quatro zonas, massagem lombar eléctrica para o condutor, assentos dianteiros reguláveis em comprimento, travão de estacionamento eléctrico, assistência ao arranque em subida.
Todo este pacote será dominado em Portugal pela motorização 1.6 HDI, neste caso estreando a versão e-HDI, o que significa um sistema start&stop, disponível com a caixa pilotada de seis velocidades de nova geração. O conhecido motor de 112 cv, ainda impressivo no que respeita às vibrações e ao ruído praticamente imperceptíveis (a insonorização é muito bem conseguida) revela a generosidade esperada e a associação com a caixa pilotada de seis velocidades (patilhas no volante) sai beneficiada pela melhoria revelada por esta, ainda assim de resposta pouco pronta e a pedir alguma habituação no equilíbrio da relação entre as mudanças o acelerador. As prestações, ainda assim, não deslustram: 11,9 segundos de 0 a 100 e 197 km/h em velocidade de ponta. O sistema start&stop que faz acender uma luz no velocímetro (Eco) quando o motor desliga é praticamente imperceptível e representa mais-valia para quem fizer muitos quilómetros em cidade ou em longas filas. A Peugeot promete uma média de 5,1 litros aos 100 no percurso urbano e a média geral de 4,4.
A versão de entrada na gama, Access, vai custar 29 550 euros.
Carrinha será vedeta
Tudo indica que a carrinha 508 será a proposta preferida dos portugueses, a exemplo do que já aconteceu com o 407 e no fundo é comum no segmento. Com 4813 mm de comprimento (mais 48 mm do que o modelo anterior e só mais 71 mm do que a berlina), a carrinha ganha na capacidade da bagageira (560/1865 litros). Ganha mais ainda na diferença de peso face ao 407: menos 45 kg.
O portão traseiro, que pode beneficiar do comando eléctrico (590 euros), apresenta um pormenor distintivo: quando os farolins traseiros são activados ilumina-se uma banda vermelha (três garras salientes na berlina). A versão mais barata, também Access, está disponível por 30 350 euros.
Seis motorizações
Além do 1.6 e-HDI de 112 cavalos, também disponível com caixa manual de cinco velocidades e sem start&stop, a Peugeot propõe mais três motorizações a diesel com filtro de partículas e outras tantas a gasolina, todas elas respeitando a norma Euro 5. No gasóleo, pode-se optar entre o 2.0 HDI nas versões de 140 (35 150 euros) ou 163 cv (41 950 euros) ou ainda pelo mais performante 2.2 de 204 cv (48 550 euros), tendo os dois mais potentes acoplada uma transmissão automática de seis velocidades. A gasolina todas as escolhas assentam em blocos de 1.6 litros, o VTI de 120 cv, com caixa manual ou pilotada, ambas de seis velocidades, e o THP de 156 cv, com caixa manual ou automática, ambas também com seis relações.
Suspensão
Todos os 508 dispõem de uma suspensão que respeita a tradição de conforto da indústria automóvel francesa, sem que isso signifique menos brilhantismo no comportamento em curva. Neste caso, porém, existe uma diferença a considerar: as versões do «coração» da gama dispõem de uma suspensão dianteira que adopta a solução do trem pseudo-McPherson. A versão GT recorre a um trem com duplo triângulo e pivot desalinhado, forma de conseguir um comportamento de carroçaria e uma precisão de condução mais elevada, natural para «domar» os 204 cv do motor. Atrás toda a gama dispõe de um trem multibraço.
Mais potência no Série 1
Afinal ainda não está tudo dito sobre o BMW 120d, um dos carros da marca de Munique que continua a cumprir interessante carreira comercial. Oferta alargada no que respeita à escolha de motorizações, entre as quais não faltam os «maquinões», o Série 1 pode agora receber uma injecção de potência oficial, já que a marca propõe a possibilidade de aumentar as capacidades do 120d através de um kit de potência BMW Performance. A transformação é possível nas versões com 177 cv de origem, que podem passar a debitar 197 cv e o binário máximo de 390 Nm às 2000 rpm.
O resultado é impressionante, pois o 120d não se queixa, bem pelo contrário, gere com naturalidade uma alma renovada que lhe permite acelerar de 0 a 100 em 7 segundos e atingir os 228 km/h em velocidade de ponta. Curioso é que a marca promete ainda uma média de consumos mais reduzida, com 4,8 litros aos 100 e 125 g/km de CO2 no percurso combinado. É claro que essa não é a preocupação de quem gastar os cerca de 1730 euros que há a pagar pelo kit, que demora hora e meia a instalar e, obviamente, tem garantia BMW. O kit conta com nova unidade de comando electrónico do motor, com programação específica, intercooler de maiores dimensões associado a um ventilador de refrigeração mais potente e novas condutas de admissão. O carro que guiámos, unidade nova com o kit de origem, custava 46 783 euros, incluindo 6 620 euros de opcionais.
Evoque premiado
O Best Cars 2011, prémio organizado pelo grupo editorial alemão Motorpress Internacional, foi atribuído ao Land Rover Evoque, na categoria de todo-o-terreno. O concurso, realizado pelo 18.º ano consecutivo, contou com a participação de duzentos mil leitores das 15 revistas no grupo na Europa, incluindo, em Portugal, Autohoje, Autohoje TT e Guia do Automóvel. As viaturas candidatas foram mais de três centenas, sujeitas a inquérito - que avalia atributos como qualidade, serviço, preço e comunicação - em 18 países europeus. Os portugueses participantes foram cerca de quatro mil.