Petrolão chega a Collor de Mello que perde os carros e se indigna

Antigo presidente, que recebeu 20 milhões de reais, segundo delator do escândalo, tem três carros de luxo e outros bens apreendidos. "Fui humilhado", reagiu. "Vai piorar", alerta Lula.
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Após quase ano e meio, a Operação Lava Jato, que já prendera operacionais da petrolífera estatal Petrobras e grandes e pequenos empresários, chegou ao núcleo político: a polícia federal brasileira fez buscas nas casas de três senadores, entre os quais Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil entre 1989 e 1992 e um dos mais controversos políticos do país, além de dois deputados, um ex-ministro, um ex-deputado e o filho do presidente do Tribunal de Contas.

Collor reagiu de imediato, na tribuna do Senado. "Fui constrangido e humilhado por uma operação espetaculosa." O presidente do Senado, Renan Calheiros, outro dos 54 políticos sob investigação da Lava Jato, solidarizou-se: "Isto é intimidação." Lula da Silva, o antecessor de Dilma Rousseff, deixou um alerta em reunião com a presidente e alguns ministros: "Preparem-se que isto vai piorar."

A Policeia, uma alusão ao conceito "cidade perfeita" na "República" de Platão, foi a primeira das 15 operações da Lava Jato a ser ordenada pelo Supremo Tribunal brasileiro. Como os políticos gozam de "foro privilegiado", só podem ser investigados pela instância judicial mais alta do país e não pelo Tribunal de Curitiba, liderado pelo juiz Sérgio Moro. Por isso, a "bomba" caiu numa terça-feira e não à sexta-feira, o dia da semana em que as operações anteriores foram executadas.

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