Pervez Musharraf em liberdade condicional

O ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf, que se encontrava em regime de prisão domiciliária desde abril, obteve hoje a liberdade condicional sob fiança, noticia a imprensa de Islamabad.
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De acordo com o canal privado Dawn, um juiz do tribunal de Islamabad assinou hoje a ordem de liberdade condicional depois de os emissários do ex-chefe de Estado terem pagado a fiança de 1.480 euros imposta pela Justiça.

A liberdade condicional já tinha sido decidida na segunda-feira pelo tribunal de Islamabad que está a julgar o caso da morte do líder islâmico que morreu durante uma operação militar na Mesquita Vermelha de Islamabad, em 2007.

O processo de liberdade condicional concedido a Musharraf está sujeito agora aos últimos procedimentos burocráticos para que o ex-presidente do Paquistão possa circular livremente no interior do país, após ter permanecido em regime de prisão domiciliária durante seis meses.

Hoje, de acordo com a agência EFE, "bastantes" seguidores do ex-presidente, na maior parte membros da Liga Muçulmana de Todo o Paquistão (APML, na sigla em inglês), deslocaram-se à casa de Pervez Musharraf, nos arredores da capital do país, para manifestarem apoio.

Um dos advogados disse entretanto que o antigo presidente vai "proximamente" visitar a mãe, que se encontra do Dubai, apesar de ter sublinhado que Musharraf tenciona primeiro resolver todos os assuntos judiciais que se encontram pendentes em Islamabad.

Apesar das intenções demonstradas pelo advogado, a Justiça do Paquistão não autoriza o ex-chefe de Estado a abandonar o país.

O antigo presidente enfrenta vários processos, todos relativos ao período em que estava à frente dos destinos do país, mas a equipa de advogados de defesa conseguiu que os vários tribunais tivessem sido favoráveis à liberdade condicional.

Um dos casos diz respeito à decisão do Governo que impôs o estado de emergência e prendeu dezenas de juízes em 2007 e ainda à suposta responsabilidade na morte do líder nacionalista baluchi Nawab Akbar Bugti em 2006.

Musharraf foi também acusado formalmente de envolvimento na conspiração para assassinar a ex-chefe de Governo Benazir Bhuto, vítima de um atentado em 2007 e que nunca foi devidamente investigado.

O cerco judicial a Musharraf começou pouco antes das eleições gerais de maio, um mês depois de ter sido colocado em regime de prisão domiciliária, não tendo sido autorizado a concorrer pelo tribunal eleitoral.

Musharraf, que esteve durante os últimos quatro anos a viver fora do país, é o único dos quatro ditadores militares do Paquistão que foi formalmente acusado e preso.

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