Perto de 200 milhões de acções do BCP negociadas

O volume de negócios do Banco Comercial Português (BCP) aumentou desde a apresentação dos resultados semestrais, tendo mudado de mãos quase 200 milhões de títulos em apenas sete sessões, com o mercado a reagir ao afastamento de um aumento de capital.
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Durante a manhã de hoje foram já transaccionados perto de 25 milhões de títulos, sendo de destacar a elevada volatilidade do BCP até ao meio da sessão: esteve a subir mais de dois por cento, depois perdeu quase um por cento (0,96 por cento) e segue agora a recuar 0,5 por cento para 0,832 euros.

"Os investidores perceberam com as contas apresentadas a 29 de Julho [após o fecho da sessão] que o BCP não terá necessidade de realizar um novo aumento de capital e começaram a fechar as posições curtas que tinham", explicou à agência Lusa uma operadora da bolsa portuguesa.

"Por outro lado, havia também muitos investidores que esperavam um aumento de capital e, como perceberam que não vai haver, compraram o título. Tudo junto explica quer a subida de liquidez, quer a valorização do BCP nas últimas sessões", justificou.

O banco liderado por Carlos Santos Ferreira subiu 13,5 por cento desde que apresentou resultados, uma valorização acompanhada por um aumento exponencial da liquidez.

"[Sobre o alegado interesse do Banco Comercial Industrial Chinês (ICBC), o maior banco comercial chinês, em deter uma participação de relevo no capital do BCP, hoje noticiado pelo Público] não há nada de concreto. Por trás das fortes compras dos últimos dias deverão estar, especificamente, uma ou duas casas de investimento internacionais, que têm uma capacidade financeira que lhes permite negociar grandes blocos de acções", prosseguiu a mesma fonte.

A especialista que pediu para não ser identificada reforçou que, no que toca ao forte aumento do volume de negócios do BCP, "é preciso não esquecer que há muito 'trading', muita compra e venda no mesmo dia".

"Se realmente o banco chinês [ICBC] quisesse ter uma participação qualificada, então esta manhã estaríamos a assistir à manutenção da forte valorização das últimas sessões, o que não está a acontecer", prognosticou, acrescentando que o BCP "tocou na barreira dos 0,85 euros e depois caiu".

A operadora considerou que "os resultados [semestrais] foram fracos e havia muitos investidores que estavam 'short' [a apostar na queda das acções] e fecharam posições para acompanhar a subida", dizendo ainda que outros investidores aproveitaram a forte subida dos últimos dias para realizarem "mais valias".

A mesma fonte lembrou ainda o "'gap' [diferencial] de 40 por cento entre o desempenho bolsista do BCP e do sector bancário europeu" desde Janeiro e disse que o eventual interesse do BCP não passa de um "zum-zum. O mercado não sabe porque o BCP está a subir ou a cair, mas deixa-se ir atrás para ver o que acontece".

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