Pena suspensa para a mãe de mártir tunisino

A mãe de Mohamed Bouazizi, o vendedor ambulante de fruta que se imolou pelo fogo e acabou por morrer durante a revolução de 2011 na Tunísia, foi hoje condenada a quatro meses de prisão com pena suspensa e libertada depois de uma semana de detenção, noticiou a AFP, citando o Ministério da Justiça.
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Manooubia Bouazizi foi condenada por um tribunal de pequena instância de Sidi Bouzid a pena suspensa por ter insultado um juiz, informou Mondher Bedhiafi, representante do Ministério da Justiça.

A mãe de Bouazizi foi detida a 13 de julho depois de insultar um juiz no corredor do tribunal de Sidi Bouzid, segundo o Ministério da Justiça. Ela tinha ido pedir documentos para solicitar ao Governo as compensações prometidas aos "mártires da revolução".

A família Bouazizi partilha atualmente a sua vida entre Marsa, em Tunes, e Sidi Bouzid, ponto de partida da onda protestos que varreu a Tunísia e acabou por levar à queda do presidente Zin El Abidine Ben Ali a 14 de janeiro de 2011.

Mohamed Bouzizi, que este ano foi um dos laureados do Prémio Shakarov, a título póstumo, imolou-se pelo fogo para protestar contra a atitude da polícia, que lhe confiscou a sua banca de fruta, o ganha pão, do qual dependia para viver.

Sofreu queimaduras graves e acabou por morrer dos ferimentos no hospital, onde ainda chegou a ser visitado por Ben Ali. Bouzizi não viveria para assistir à queda do regime na chamada "Primavera Árabe".

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