Pena de morte pedida para três acusados da morte de duas escandinavas em Marrocos
A pena de morte foi pedida contra Abdessamad Ejjoud, um comerciante ambulante de 25 anos considerado o cérebro do grupo e contra dois outros marroquinos radicalizados e envolvidos nestas mortes, que ocorreram em meados de dezembro na região do Alto Altas.
Os três homens confessaram o seu envolvimento na execução de Louisa Vesterager Jespersen, uma estudante dinamarquesa de 24 anos, e da sua amiga norueguesa Maren Ueland, 28 anos, que acampavam no Alto Atlas (sul de Marrocos).
O procurador requereu de seguida penas entre 15 anos e prisão perpétua para os restantes acusados, com idades entre os 20 e 51 anos, todos provenientes de meios modestos e que viviam nos bairros deserdados de Marraquexe, a capital turística de Marrocos.
A prisão perpétua foi pedida contra Abderrahim Khayali, um canalizador de 33 anos, que acompanhou o trio nas montanhas do Alto Atlas mas que regressou antes das mortes para procurar um refúgio em Marraquexe, após duas anteriores tentativas mal sucedidas para agredir outros caminhantes estrangeiros.
O procurador solicitou 30 anos de prisão para três acusados, 25 anos para outros dois, 20 anos para nove, incluindo Kevin Zoller Guervos, um hispano-suiço convertido ao Islão, e 15 para os três restantes.
Na ata de acusação, foi referido que o grupo promoveu diversas ações terroristas abortadas contra diversos alvos, antes do duplo assassínio. Também foi sublinhado que todos os acusados, à exceção de três, reconheceram ser apoiantes do EI.
O procurador sublinhou que o relatório da autópsia indica 23 ferimentos no corpo decapitado de Louisa e sete no de Maren, antes de qualificar de "monstros sanguinários" os três homens que confessaram o crime.
Abdessamad Ejjoud, já envolvido em processos com a justiça e que se tornou imã clandestino, reconheceu ter decapitado uma das turistas. Younes Ouaziyad, um carpinteiro de 27 anos, reconheceu ter morto a segunda, enquanto Rachid Afatti, 33 anos, filmava a cena com o seu telemóvel portátil.
As imagens foram divulgadas nas redes sociais, antes da difusão do seu vídeo de obediência ao EI, que nunca reivindicou o duplo assassínio.
As condenações à morte continuam a ser pronunciadas em Marrocos, mas uma moratória é aplicada de facto desde 1993, e a sua abolição é tema de debate, com a nova Constituição aprovada em 2011 a prever explicitamente o "direito à vida".
Diversas petições circularam na Internet exigindo a pena de morte para os assassinos das duas escandinavas.