Pedrógão: três de sete relatórios ainda por concluir
O governo ainda está a aguardar a conclusão de três dos sete relatórios que pediu sobre os incêndios que atingiram a região de Pedrógão Grande, causando 64 mortos e ferimentos em 200 pessoas. Mais de três meses depois da tragédia não houve ainda consequências políticas ou substituição de responsáveis de entidades envolvidas na prevenção e combate aos fogos. A ministra da Administração Interna afirmou ontem que "ainda não é o momento" de falar numa remodelação na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Constança Urbano de Sousa lembrou que ainda aguarda a conclusão de três dos sete relatórios que foram pedidos: o do Instituto de Telecomunicações, o estudo do professor Xavier Viegas, um perito da Universidade de Coimbra e o da Comissão Técnica Independente, criada por iniciativa do PSD. Segundo a ministra, o primeiro será entregue até final deste mês e o do académico em outubro. O da Comissão indicada pelo parlamento, deverá concluir o seu trabalho na primeira quinzena de outubro. Os relatórios já entregues foram o da ANPC, da GNR, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e da Inspeção-Geral da Administração Interna.
No inicio de julho, 20 dias depois da tragédia de Pedrógão Grande, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, garantiu que o governo não ia esperar pelas conclusões da Comissão Técnica Independente para tirar consequências do que aconteceu. Em entrevista à Radio Renascença e ao jornal Público, o governante sublinhou que o executivo esperava "apenas um conjunto de respostas" a perguntas que tinha feito a organismos e entidades com responsabilidades na matéria.
Segundo o Correio da Manhã, a investigação criminal para apurar as causas do incêndio pode indiciar alguns organismos (ANPC, GNR e Ascendi, gestora da estrada) pelo crime de homicídio por negligência. Ao que o DN apurou, os investigadores da PJ têm trocado informações e trabalhado em conjunto com alguns dos peritos da Comissão Técnica Independente.