Pedrógão Grande: Trabalhadores do Hospital das Caldas da Rainha querem mais folhosas na floresta
"Precisamos de uma floresta diversa, para prevenir os fogos. É como na saúde: vale mais prevenir as doenças do que ter de curar", afirmou Carla Jorge, trabalhadora daquela unidade de saúde, no distrito de Coimbra.
A oferta das "árvores bombeiras", como as definiu esta auxiliar de ação médica, são destinadas à recuperação de áreas ardidas e traduz uma homenagem às 64 pessoas que morreram, no dia 17 de junho, no incêndio que devastou Pedrógão Grande e outros concelhos vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco.
Os seis profissionais do Hospital das Caldas da Rainha, cinco mulheres e um homem, foram recebidos pelo vice-presidente da Câmara, José Graça, que estava acompanhado dos vereadores Bruno Gomes e Margarida Guedes.
"Esta é uma ação simbólica, que alerta para a necessidade de termos políticas e práticas florestais preventivas e que a nossa floresta não seja apenas pinhal e eucaliptal", afirmou Carla Jorge, nos Paços do Concelho.
As árvores levadas para Pedrógão Grande são bétulas, castanheiros e carvalhos.
O grupo de profissionais de saúde ofereceu ainda à Câmara, presidida por Valdemar Alves, um poema encaixilhado, intitulado "Sílabas", da autoria da sua colega Helena Maria Jesus, que concebeu uma segunda poesia de homenagem às vítimas do incêndio de há duas semanas, a qual foi entregue aos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera, em homenagem ao bombeiro falecido no incêndio.
Com a colaboração de outros trabalhadores, amigos e empresas, a representação do Hospital das Caldas da Rainha entregou ainda à autarquia de Pedrógão Grande 1.700 pés de hortícolas para ajudar a refazer algumas das culturas destruídas pelo fogo.
Frutas e legumes foram depois distribuídos diretamente pelo grupo em algumas das povoações do concelho mais atingidas pela tragédia, que causou também mais de 200 feridos.