Pedro Silva Pereira reeleito vice-presidente do Parlamento Europeu
O eurodeputado português Pedro Silva Pereira, do Partido Socialista, foi reeleito vice-presidente do Parlamento Europeu na primeira ronda de votações, com 517 votos.
O socialista, que era até agora o segundo vice-presidente, será até 2024 o terceiro, tendo tido menos dez votos do que a italiana Pina Picierno (da mesma família política europeia). A primeira vice-presidência fica entregue ao austríaco Othmar Karas, do Grupo do Partido Popular Europeu (PPE), que conquistou 536 votos.
"A minha eleição para o cargo de vice-presidente é um importante reconhecimento internacional, que me deixa muito satisfeito", disse Pedro Silva Pereira aos jornalistas, em Estrasburgo. Eurodeputado desde 2014, tinha conseguido em 2019 ser eleito segundo vice-presidente com 556 votos.
Questionado sobre o facto de o grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) estar sub-representado nas instituições europeias, depois de Roberta Metsola (do PPE) ter sido eleita presidente do Parlamento Europeu e agora esse grupo político ficar também com a primeira vice-presidência, o eurodeputado português procurou desvalorizar.
"A questão da hierarquia dentro do chamado bureau do Parlamento tem muito a ver com a dimensão dos grupos políticos, tem muito a ver com o PPE, sendo o maior grupo político, conseguir mobilizar mais votos para ter o primeiro vice-presidente, depois o S&D consegue eleger os outros dois, o segundo e o terceiro, e todos os seus cinco candidatos à primeira volta. Para a família socialista este é um excelente resultado", afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, sobre se não tinha havido uma violação do acordo entre o PPE e o S&D, Santos Pereira disse que "o PPE tinha um acordo com os socialistas e os liberais, mas fez depois à última hora um outro acordo com os conservadores que lhes permitiu mobilizar mais alguns votos e isso fez um pouco a diferença no final".
Esta manhã, ainda antes da votação para a presidência do Parlamento Europeu, foi anunciada a desistência da candidatura do polaco Kosma Zlotowski, do grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, que apoiaram Metsola. A votação é secreta e não é possível saber quem votou em quem.
"O importante, o que conta, é que os socialistas tinham cinco candidatos e os cinco foram eleitos. Eu fui reeleito vice-presidente e vejo nisso um reconhecimento internacional que é muito importante, pessoalmente e também para o país, porque é uma função de prestígio para Portugal", afirmou Silva Pereira.
Na primeira ronda foram eleitos nove dos 14 vice-presidentes (precisavam de maioria absoluta). Além de Karas, de Picierno e de Silva Pereira, foi eleita a polaca Ewa Kopacz (PPE, 467 votos), a grega Eva Kaili (S&D, 454 votos), a austríaca Evelyn Regner (S&D, 434 votos), o alemão Rainer Wieland (PPE, 432 votos), a alemã Katarina Barley (S&D, 426 votos) e a checa Dita Charanzová (Renew Europe, 406 votos).
Os outros candidatos ficaram abaixo dos 341 votos, que era a maioria necessária para ser eleito (tinham votado 691 dos 705 eurodeputados, com 11 votos brancos ou nulos), indo agora a nova votação.
A segunda votação permitiu eleger mais três vice-presidentes, o eslovaco Michal Šimečka (Renew, 494 votos), a alemã Nicola Beer (Renew, 410 votos) e o letão Roberts Zile (Conservadores e Reformistas Europeus, 403 votos). Será necessária uma terceira votação, onde basta maioria simples, para eleger os restantes dois vice-presidentes.
Na segunda votação participaram 698 eurodeputados, com sete a votar em branco ou a anular o seu voto Do total de 361 votos válidos, a maioria era de 346.
Na terceira votação, na qual participaram 670 eurodeputados, com 12 votos brancos ou nulos, foi eleito o grego Dimitrios Papadimoulis, do Grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (247 votos), e a finlandesa Heidi Hautala, do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, com 384 votos.
(Notícia atualizada às 8.30 com os resultados da terceira votação)
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