Pedro Alemão e outros três arguidos em prisão preventiva
Mafias da noite. Os seis detidos pela PSP foram interrogados ao longo de mais de 14 horas
Duas mulheres ficaram com apresentações periódicas na polícia
O juiz de instrução criminal decretou prisão preventiva para quatro dos seis detidos pela PSP na madrugada de sexta-feira, no âmbito da operação "Pontas Soltas". As duas mulheres envolvidas ficaram em liberdade, com a obrigação de se apresentar periodicamente na polícia da área de residência. Entre os que enfrentam a máxima medida de coacção está Pedro França Alemão, um dos protagonista da operação "Polvo" - caso em julgamento no tribunal da Boa Hora que envolve vários crimes violentos, desde extorsão a tráfico de droga, em bares da noite.
O despacho do juiz Carlos Alexandre foi conhecido já perto da 01.00 de ontem, depois de quase 14 horas de interrogatório. Os seis arguidos começaram a ser ouvidos poucos minutos passavam das 11.00 de sábado. Ao que o DN apurou, os crimes de que estão indiciados dizem respeito ao tráfico de estupefacientes e associação criminosa, tendo caído as suspeitas de lenocínio e de extorsão referidas na sexta-feira.
No processo em julgamento no tribunal da Boa Hora, em que surge como principal arguido o ex-polícia Alfredo Morais, a acusação que pende sobre Pedro França Alemão é a mesma de que agora está indiciado e que o levou à prisão, ou seja, tráfico de droga nos bares de diversão nocturna de Lisboa.
Com o arguido, segundo fontes policiais, colaboravam as duas mulheres, Susana e Verónica, que, alegadamente, se "infiltravam" nos estabelecimentos para entregar droga - cocaína e haxixe - às prostitutas que frequentam aqueles espaços.
Nas operações de distribuição participariam também Hugo Salgado e ainda dois taxistas que, alegadamente, transportariam os "correios" e, por vezes, apenas a droga, até aos locais de consumo.
Estes mesmos indícios são imputados a Pedro França Alemão no processo do caso "Polvo". Mas, segundo a investigação, o arguido terá continuado a praticar os mesmo s actos sob o olhar escondido da PSP.
O perigo de continuidade da actividade criminosa foi, pois, um dos argumentos do Ministério Público para requerer a prisão preventiva dos arguidos . Estes novos indícios vieram, assim, reforçar a acusação do caso "Polvo", pelo menos ao nível da convicção, já que do ponto de vista da produção da prova a fundamentação estava a esmoronar-se. Este julgamento está na fase de audição de testemunhas.