Dia 30 há eleições legislativas. Como convencer um abstencionista a ir votar? Penso que o problema da abstenção deve-se principalmente a dois fatores: (i) falta de confiança e consequente desconhecimento da classe política; e (ii) falta de identificação com o atual sistema político nacional. Só com proximidade, maior conhecimento e escrutínio da atuação dos políticos se conseguirá diminuir a abstenção. Acredito, assim, que o caminho não é convencer um abstencionista a exercer o seu direito de voto mas alterar comportamentos. Nessa altura, o abstencionista poderá passar a votar e participar ativamente na política nacional..Na sua opinião o que seria melhor para Portugal: um governo de maioria absoluta ou de coligação entre vários partidos? Para serem implementadas profundas reformas e para que essas reformas tenham a estabilidade necessária para realmente ajudar o nosso país, é necessário um governo de coligação, mas uma coligação estável, duradora, transparente, rigorosa, mas dialogante, em que os vários agentes partidários atuem na defesa exclusiva do interesse público português. É necessário um trabalho de equipa, em que se atente a interesses realmente relevantes e se ignore lutas políticas pessoais e/ou partidárias..Qual a primeira medida na sua área que o governo deveria tomar? Reformular o sistema fiscal nacional e mantê-lo o mais estável possível ao longo das próximas legislaturas. Temos um sistema fiscal demasiado complexo e com constantes alterações, que cria obstáculos ao desenvolvimento económico do nosso país, ao investimento estrangeiro e à estabilidade dos nossos empreendedores..E qual a primeira medida para o país, em geral? A par da reforma fiscal, urge uma profundíssima reformulação judicial. A par do sistema fiscal complexo que temos, o maior problema ao crescimento económico e social do nosso país é o insuficiente funcionamento do sistema judicial, que arrasta durante décadas empresas e cidadãos em morosos e custosos processos, limitando o avanço social e económico que Portugal tanto precisa..O PRR pode mudar o país? Qual a sua expectativa em relação à execução do PRR durante esta legislatura? O PRR tem um potencial tremendo, no entanto, toda a sua execução deve ter por base alguns pilares essenciais. Primeiro, o governo deve organizar as necessárias plataformas para acesso aos fundos e apoio às empresas. Em segundo lugar, as empresas devem ter acesso fácil à informação sobre os fundos e apoios e, em terceiro, deve haver um rigoroso controlo ao longo de todo o processo por parte de técnicos independentes, neste caso, contabilistas certificados. Desta forma, garantimos uma fácil agilização dos fundos às empresas, uma aplicação estratégica dos mesmos por parte dos empresários e a transparência e rigor na alocação das verbas. Esta tripartição é essencial para que os apoios permitam a construção de bases para um crescimento sólido a longo prazo e não um mero remendo às nefastas consequências económicas que a pandemia causou. Temos de ver os apoios como medicina regenerativa e não medicina curativa, sendo importante que todos os intervenientes se articulem em perfeita consonância e, mais uma vez, na defesa dos interesses públicos de Portugal..Fiscalidade: o novo governo deve baixar primeiro os impostos às famílias ou às empresas? Qual das soluções trará mais rápido crescimento ao país? Não se deve analisar desse prisma, devemos, como referi, reformular a fundo o sistema fiscal e não limar arestas. Baixar o IRS ou o IRC seria limar arestas que não trariam alterações com verdadeiro impacto na nossa sociedade e economia. Tendo isto em consideração, caso a opção seja avançar sem uma reformulação de fundo, abrangendo apenas com uma diminuição no IRS ou no IRC, considero que deveria ser no IRC pois acredito que é nas empresas que está a verdadeira fonte de crescimento económico que, consequentemente, trará melhores condições pessoais e qualidade de vida a todos os cidadãos..Escolha dois ou três políticos da História de Portugal (que não sejam candidatos a estas eleições) e que continuam a ser uma inspiração para si? Hernâni Lopes, Sá Carneiro e António de Sousa Franco.
Dia 30 há eleições legislativas. Como convencer um abstencionista a ir votar? Penso que o problema da abstenção deve-se principalmente a dois fatores: (i) falta de confiança e consequente desconhecimento da classe política; e (ii) falta de identificação com o atual sistema político nacional. Só com proximidade, maior conhecimento e escrutínio da atuação dos políticos se conseguirá diminuir a abstenção. Acredito, assim, que o caminho não é convencer um abstencionista a exercer o seu direito de voto mas alterar comportamentos. Nessa altura, o abstencionista poderá passar a votar e participar ativamente na política nacional..Na sua opinião o que seria melhor para Portugal: um governo de maioria absoluta ou de coligação entre vários partidos? Para serem implementadas profundas reformas e para que essas reformas tenham a estabilidade necessária para realmente ajudar o nosso país, é necessário um governo de coligação, mas uma coligação estável, duradora, transparente, rigorosa, mas dialogante, em que os vários agentes partidários atuem na defesa exclusiva do interesse público português. É necessário um trabalho de equipa, em que se atente a interesses realmente relevantes e se ignore lutas políticas pessoais e/ou partidárias..Qual a primeira medida na sua área que o governo deveria tomar? Reformular o sistema fiscal nacional e mantê-lo o mais estável possível ao longo das próximas legislaturas. Temos um sistema fiscal demasiado complexo e com constantes alterações, que cria obstáculos ao desenvolvimento económico do nosso país, ao investimento estrangeiro e à estabilidade dos nossos empreendedores..E qual a primeira medida para o país, em geral? A par da reforma fiscal, urge uma profundíssima reformulação judicial. A par do sistema fiscal complexo que temos, o maior problema ao crescimento económico e social do nosso país é o insuficiente funcionamento do sistema judicial, que arrasta durante décadas empresas e cidadãos em morosos e custosos processos, limitando o avanço social e económico que Portugal tanto precisa..O PRR pode mudar o país? Qual a sua expectativa em relação à execução do PRR durante esta legislatura? O PRR tem um potencial tremendo, no entanto, toda a sua execução deve ter por base alguns pilares essenciais. Primeiro, o governo deve organizar as necessárias plataformas para acesso aos fundos e apoio às empresas. Em segundo lugar, as empresas devem ter acesso fácil à informação sobre os fundos e apoios e, em terceiro, deve haver um rigoroso controlo ao longo de todo o processo por parte de técnicos independentes, neste caso, contabilistas certificados. Desta forma, garantimos uma fácil agilização dos fundos às empresas, uma aplicação estratégica dos mesmos por parte dos empresários e a transparência e rigor na alocação das verbas. Esta tripartição é essencial para que os apoios permitam a construção de bases para um crescimento sólido a longo prazo e não um mero remendo às nefastas consequências económicas que a pandemia causou. Temos de ver os apoios como medicina regenerativa e não medicina curativa, sendo importante que todos os intervenientes se articulem em perfeita consonância e, mais uma vez, na defesa dos interesses públicos de Portugal..Fiscalidade: o novo governo deve baixar primeiro os impostos às famílias ou às empresas? Qual das soluções trará mais rápido crescimento ao país? Não se deve analisar desse prisma, devemos, como referi, reformular a fundo o sistema fiscal e não limar arestas. Baixar o IRS ou o IRC seria limar arestas que não trariam alterações com verdadeiro impacto na nossa sociedade e economia. Tendo isto em consideração, caso a opção seja avançar sem uma reformulação de fundo, abrangendo apenas com uma diminuição no IRS ou no IRC, considero que deveria ser no IRC pois acredito que é nas empresas que está a verdadeira fonte de crescimento económico que, consequentemente, trará melhores condições pessoais e qualidade de vida a todos os cidadãos..Escolha dois ou três políticos da História de Portugal (que não sejam candidatos a estas eleições) e que continuam a ser uma inspiração para si? Hernâni Lopes, Sá Carneiro e António de Sousa Franco.